1 Objectivo
O objectivo deste método é colaborar para que o adulto e o jovem aprofundem a consciência crítica de si mesmos e de sua realidade, e adquiram as capacidades de ler, de escrever e de efectuar as quatro operações matemáticas fundamentais, como instrumento para melhor desempenho e valorização pessoal, familiar, profissional, cívico e social.
Em outros termos, o objectivo do método é provocar e iniciar um processo de educação básica, visando à formação de um perfil de cidadão com traços bem definidos activo e eficaz dentro do desenvolvimento.
Especificando mais esse perfil ao final do processo de educação básica, o aluno deve ser capaz (em termos de conhecimentos, habilidades e também atitudes) de:
utilizar e desenvolver uma visão crítica de si mesmo, de sua família, de sua comunidade e do mundo em que vive.
assumir a responsabilidade pelo próprio desenvolvimento pessoal.
participar activa, eficaz e democraticamente na melhoria da qualidade de vida de sua família e de sua comunidade.
ler e compreender os textos comunicando se oralmente e por escrito conforme as necessidades da sua vida;
efectuar os cálculos matemáticos necessários à sua vida na sociedade e à sua aprendizagem profissional.
Note se que, para alcançar tal perfil, tanto o conteúdo quanto o processo de aprendizagem têm que ser coerentes com ele. No caso do sistema regular de ensino, não há dúvida de que o perfil do aluno finalista do ensino fundamental deve ser o acima descrito, acrescentando se a capacidade de aplicar os conhecimentos sociais e técnico - científicos necessários à sua vida na sociedade e à sua aprendizagem profissional.
Também no caso do ensino informal de adolescentes e adultos, o perfil a ser alcançado deve ser o mesmo acima descrito; por isso, ao final da primeira etapa de alfabetização, ou seja, ao final da aplicação do presente método, é preciso estudar com os alunos a questão da continuidade e aprofundamento do processo iniciado.
2 Características
O método não é totalmente original. Ele nasceu de um método denominado CIMA, surgido na década de 50 em Goiânia, o qual utilizava a alfabetização pela imagem e, de início, trabalhava apenas palavras com a vogal “A”.
O Método Dom Bosco, a partir de sua aplicação concreta, foi progressivamente adquirindo características próprias.
Os itens seguintes procuram esclarecer as características do método para aplicá lo adequadamente, é importante conhecê las. Note se que é essencial preservar essas características, pois desvirtuá las seria colocar em risco os resultados esperados.
3 O Método chega em Angola.
Quando o Método Dom Bosco chegou em Angola ouve vários intentos de aplicação.
No ano 1994 em Luena o então Pe. Edmundo Valenzuela e o Pe. José Lopes na alfabetização de adultos na paróquia São Pedro e São Paulo, no ano 1995 em Calulo o Pe. Luís Molento na alfabetização nas aldeias, e em Luanda no ano 1996 na paróquia de São Paulo o Pe. Jorge E. Brandán na alfabetização de jovens e crianças de rua com a aplicação de histórias.
No ano 1996 o Pe. Molento e o Pe. Brandán, iniciaram um primeiro intento de adaptação do método a realidade Angolana, modificando algumas palavras-chaves, que ficavam fora do contexto da realidade angolana.
No ano 1998 o Método começa a ser aplicado na capela do Bom Pastor em Sambizanga, e em Benguela na paróquia Nossa Senhora dos Navegantes.
No ano 1999 começa a utilizar-se o Método Dom Bosco na Lixeira.
Também no ano 1999 se fez baixo a direcção do Pe. Geraldo Lopes uma primeira publicação da adaptação do método inserindo cantos e outros recursos, utilizando o trabalho feito pelo Pe Molento e o Pe. Brandán.
No ano 1999 a Voluntária Roberta Passerini ministrou um curso do qual saíram os primeiros formadores de alfabetizadores que se espalharam por diversas regiões de Angola, Huambo, Malanje, Bom de Chape, Bie, Canjala, Dondo, Chongoroi e outras localidades.
No ano 2000 a equipa da Lixeira baixo a direcção do Pe. Marcelo Ciavatti e o então Pe. Tirso, publicaram os livros dos alunos de Língua Portuguesa e de Matemática. E forma-se uma coordenação de alfabetização entre Lixeira e Mota.
No ano 2001 na comunidade Bom Pastor o Pe. Brandán e a voluntária Roberta Passerini com uma equipa de alfabetizadores procuraram novos temas, e colocaram-se na tarefa de elaborar, as palavras-chaves, os desenhos geradores material que vai ser publicado em diversas edições nos anos sucessivos.
No ano 2001 as Irmãs de Maria Auxiliadora em Cacuaco publicam também outros livros para os alunos de Língua Portuguesa e de Matemática.
No ano 2002 o método foi aplicado com grande êxito no Dondo.
No ano 2003 ressurge a alfabetização em Ndalatando utilizando o Método Dom Bosco. E realiza-se em Luanda o primeiro congresso de Alfabetização onde se iniciou o projecto da pre-alfabetização.
No final do ano 2003 realiza-se em N`dalatando um curso para formação de professores com a participação das Franciscanas de São José e uma equipa de alfabetizadores de Dondo, onde também se revisou o trabalho feito até então, e se elaborou um material mais depurado.
No ano 2005 Em Viana realizou-se o primeiro encontro com os representantes das diversas comunidades onde se aplicava o Método e se deram as linhas mestras que deviam orientar a alfabetização dum modo orgânico nas nossas obras, nesta reunião decidiu-se de abandonar o projecto da pré-alfabetização e centrar-se na alfabetização e pos-alfabetização.
Nos anos 2005 e 2006 continuaram os encontros onde surgiu o material de pos-alfabetização Lendo a Vida.
No ano 2007 em Ndalatando elaborou-se o manual para os cursos de formação de alfabetizadores.
No ano 2009 devido a abundância de materiais que foram surgindo em diversos lugares sem uma coordenação entre eles se decidiu formar uma equipa para a revisão e reelaboração do Método e dos livros dos alunos.
O Método mereceu especiais menções pela UNESCO a raiz do trabalho realizado em Cacuaco, Luanda, pelas Filhas de Maria Auxiliadora, assim como os Prémio Nacional de Alfabetização nos anos 2001,2002 e 2004 em Angola
4 Eficácia, rapidez, viabilidade
As características principais do método são sua eficácia, rapidez e viabilidade.
A aprendizagem da leitura e da escrita, que constitui o objectivo imediato dos alfabetizados, geralmente se alcança em trinta e quatro ou quarenta aulas de duas horas cada uma; às vezes, em tempo bem menor. Já da primeira aula o aluno sai lendo a primeira palavra e escrevendo a primeira sílaba. Logo vem a formação e escrita de palavras e a formação e escrita de frases.
Esta rapidez proporciona ao aluno a sensação de progresso e é de grande motivação tanto para ele como para o professor; na verdade, a maioria dos adultos, adolescentes e crianças desistiria se não percebesse resultados rápidos e concretos.
O método é fácil de ser aplicado e não exige material didáctico caro.
E, principalmente, não exige especialização de quem o aplica, possibilitando até a actuação de voluntários que tenham disposição e dedicação. É, portanto, um método de grande viabilidade, a qual, aliada à sua eficácia e rapidez, explica sua rápida difusão logo após seu aparecimento e seu recente ressurgimento.
5 Palavras-chave e sílabas-chave
O método utiliza uma série de palavras chave. Elas foram escolhidas, primeiramente, pelo seu valor fonético, ou seja, por sua pronúncia. Cada palavra-chave é apresentada a partir de seu contexto, e é depois lida por inteiro. Em seguida, ela é repartida e dela, de início, só se escreve uma sílaba, geralmente a primeira, que é considerada a sílaba chave.
Ao todo, trabalham se 25 pala vras chave. E só uma, ao máximo duas, em cada aula de aproximadamente duas horas: uma dosagem que a experiência tem mostrado ser adequada para a grande maioria dos alunos. Ao tratar-se de adolescentes será preciso dividir bem os tempos e o conteúdo de acordo as idades dos mesmos.
Inicialmente as sílabas -chaves apresentam apenas a vogal “a “, que é a mais frequente do nosso idioma; a própria criança começa a falar papá, mamã, etc.
Note se que as sílabas com essa vogal não sofrem transformações como as que ocorrem com as outras vogais.
Por isso, numa primeira etapa, usam se exclusivamente palavras com a vogal “a”, preservando se a correspondência biunívoca (um a um) entre os fonemas e as letras; ou seja: a cada vogal ou consoante falada corresponde apenas uma representação gráfica, e vice versa.
Assim, nessa primeira etapa, a língua se apresenta extremamente lógica, simplificando e facilitando a aprendizagem.
Juntando se as primeiras sílabas aprendidas, o aluno descobre o mecanismo básico da formação das palavras, e parte para a aventura da construção de novos vocábulos. Ele mesmo vai construindo suas palavras a partir das sílabas -chave.
É o momento em que ele descobre que aqueles rabiscos que ele juntou representam uma palavra falada. Mas não só: como a palavra falada, eles representam também uma coisa concreta ou mesmo uma ideia abstracta.
O professor, na verdade, não ensina, mas apenas provoca o estalo na cabeça do aluno; ou seja, o professor desperta, dá o primeiro impulso, cria condições para a descoberta e acompanha a aprendizagem.
As vogais “e, i, o, u “ só são introduzidas depois que o aluno assimilou os mecanismos da formação de palavras e da formação de frases.
6 O contexto e o diálogo com os alunos
Na escolha das palavras chave, deu se grande importância ao seu conteúdo ou significado.
As palavras são apresentadas num contexto vivencial.
Neste método não se faz o levantamento do universo vocabular de cada localidade ou região, por constituir uma tarefa difícil e demorada.
Na nossa adaptação ao contexto angolano, tivemos de mudar e acrescentar algumas palavras-chaves e desenhos geradores.
No entanto, cada palavra chave está associada a uma situação ou necessidade concreta dos alfabetizandos, dando preferência as necessidades básicas do homem, que são universais e, portanto, são do máximo interesse de cada aluno: Espiritual, alimentação, moradia, trabalho, saúde, lazer, etc.
Tais situações ou necessidades devem ser apresentadas como situações problema de forma a provocar o diálogo envolvendo alunos e professores, numa atitude horizontal (e não autoritária), estimulando a comunicação, a capacidade de escuta, a aceitação mútua, a análise crítica da realidade em que vivem, a criatividade, a participação e a capacidade de trabalho em grupo; e dando oportunidade, inclusive, para a actuação individual ou grupal visando à solução efectiva dos problemas concretos de cada um ou de sua comunidade.
Após o estudo das palavras chave tal diálogo deve continuar, com base principalmente na leitura de jornais e revistas.
7 O desenho gerador
Na escolha das palavras chave levou se em conta também o seu valor figurativo, isto é, o desenho da coisa significada. A grafia de cada sílaba chave nasce de um desenho gerador, de forma quase natural e mesmo lúdica (aprender das brincadeiras), divertida.
O desenho, que é uma imagem, uma representação de uma coisa concreta (ou mesmo de uma ideia), ajuda o aluno a perceber que a palavra escrita, além de representar a palavra falada, representa também, uma coisa concreta ou uma ideia. Ou seja, uma ideia que o aluno tenha na cabeça, ele pode expressá la de várias formas: através de sons ou palavras faladas, através de um desenho ou escultura, ou através de letras ou palavras escritas.
Desenhando, o aluno já começa a aprendizagem da escrita (pois, como foi mencionado atrás, a sílaba chave nasce do desenho gerador); e também fixa a aprendizagem, pois o processo é de fácil memorização.
O desenho, além do mais, é uma preparação específica e intencional, predispondo o aluno para a leitura e a escrita; é a chamada prontidão.
De facto, o desenho exercita a discriminação visual e a coordenação motora e também descontrai o aluno, conferindo lhe segurança e ajudando o a vencer a timidez, o nervosismo e o sentimento de incapacidade; essa autoconfiança é factor imprescindível para a eficiência da aprendizagem.






8 Actividades concretas
Na aprendizagem da leitura e da escrita, recomenda se o máximo de actividade: o aluno fala, discute, participa, desenha, escreve, lê, observa, comenta, canta, etc.
Acções concretas e não apenas fictícias, em consonância com as sugestões do pedagogista Jean Piaget sobre os exercícios operatórios.
É importante manter sempre a ligação com a vida real do aluno. Uma das formas são a leitura de jornais, revistas, livros de contos etc. Uma outra forma é, de acordo com as condições locais, provocar uma participação activa dos alunos na transformação da própria realidade.
Tem se assim o cuidado constante para que tudo seja a partir do aluno e em função do aluno.
9 O material didáctico
O método exige pouco equipamento e material didáctico.
Para o aluno,
> Caderno pautado comum (para a etapa de alfabetização, cada aluno precisa de 2 ou 3 cadernos com um total de pelo menos 100 páginas)
> Lápis (pelo menos 3 lápis para cada aluno);
> Borracha (pelo menos 2 para cada aluno);
> Régua e cores (se possível);
> Livros de língua portuguesa e matemática (se possível)
Para a classe,
> A lista de presença dos alunos.
> Um caderno para registar diariamente a matéria leccionada
> Um jogo de cartazes completo (podem ser fotocopiados e que são utilizados para a conversa, cada um contendo uma palavra chave e uma figura que lhe corresponda. Os professores têm de pintá-los, fazendo destacar o sujeito principal da gravura.) Outros cartazes contêm o desenho gerador e a correspondente sílaba chave. (Também este conjunto pode ser fotocopiado ou feito pelo professor)
Se os professores tiverem capacidade para o desenho podem prescindir dos cartazes fotocopiados. Os professores podem fazer os desenhos no quadro durante a aula. É bom praticar antes.
> Giz branco, se possível de cor.
> Apagador;
> Afia - lápis para a classe (pelo menos 3 para toda a turma).
> Prever um lugar para fixar os cartazes.
> Uma régua grande para traçar as pautas no quadro da sala.
Para o professor,
> O presente manual
> O plano de aula
> Livro de exercícios de português e de matemática.
O professor poderá usar outros subsídios didácticos disponíveis no mercado, desde que estejam em consonância com as características do método.
Muito desejável seria, por exemplo, se existissem numerosas publicações com vocabulário à altura dos recém alfabetizados, abordando temas de interesse real para a vida concreta dos adultos: higiene, educação dos filhos, economia doméstica, droga, plantas medicinais, manuais das diferentes profissões, etc.
10 Professores, supervisores e coordenadores
Para facilitar o acompanhamento individualizado dos alunos, devem actuar se possível dois professores em cada turma com mais de 20 alfabetizandos.
Em cada turma de até 20 alfabetizandos, basta um professor.
No caso de haver dois professores na turma, eles devem combinar como vão actuar em cada aula: quem vai ficar circulando mais entre os alunos e acompanhando cada um; quem vai ficar explicando mais na frente, mas também acompanhando os alunos; em que momentos os dois vão mudar de posição, etc.
Em caso de haver muitas turmas funcionando, seja num único prédio ou em locais diversos, é importante haver um ou mais supervisores ou coordenadores: pessoas de maior experiência que organizam todo o curso, acompanham e apoiam sua realização nas várias turmas e promovem o constante aperfeiçoamento dos professores.
Os professores, supervisores e coordenadores geralmente são formados em cursos rápidos visando à aplicação mais eficiente e eficaz deste método nas turmas regulares.
Entretanto, o estudo cuidadoso do presente manual permite a actuação também de voluntários que, com a sua boa vontade, se disponham a alfabetizar uma ou algumas pessoas (empregados, parentes, vizinhos, conhecidos, etc.), certamente com resultados muito satisfatórios.
11 Responsabilidades dos coordenadores e supervisores
A grande responsabilidade dos supervisores e coordenadores é a realização dos objectivos do curso.
É para isso que eles organizam todo o curso acompanhando e apoiando a sua realização. Neste sentido, cabe lhes procurar que os professores cumpram com responsabilidades as tarefas que lhes competem.
Destacam se abaixo alguns aspectos didáctico pedagógicos relativos ao acompanhamento e apoio aos professores:
* Antes da primeira aula, junto com os professores, fazer a separação - na medida do possível - entre os alunos que já saibam alguma coisa e os que nada sabem, levando em consideração também a idade dos alunos;
* Designar um professor para cada classe de até 20 alunos ou dois professores para cada classe com mais de 20 alunos;
* Acompanhar e apoiar o professor na preparação e avaliação das aulas, inclusive do diálogo com os alunos a partir dos cartazes abordando as necessidades humanas básicas (é importante, neste intento, realizar uma reunião pelo menos semanal com os diversos professores)
* Fazer com que o professor chegue à sala de aula antes dos alunos e permaneça na sala durante todo o tempo da aula;
* Acompanhar as aulas para ver a aplicação do método, a didáctica do professor, o aproveitamento dos alunos, etc.
* Fazer com que o professor desenvolva regularmente o programa; ao concluir o estudo aconselhado no método, os alunos já deveriam estar em condições de ler pequenos trechos de cartazes, anúncios, manchetes, etc.
* Insistir para que o professor faça o desenho e escreva a sílaba chave devagar, traço por traço, verificando se os alunos estão conseguindo acompanhar bem o desenho;
* Orientar o professor para utilizar os cartazes sugeridos e alguns outros recursos didácticos;
* Orientar o professor para introduzir o estudo da Matemática já na primeira aula, dedicando a ela um tempo bem menor que à leitura e à escrita;
* Promover o constante aperfeiçoamento dos professores;
* Providenciar um certificado ao final do curso para professores e para alunos.
12 Responsabilidade dos professores
A responsabilidade básica dos professores é alcançar, junto com os coordenadores e supervisores, os objectivos do curso.
Destacam se abaixo alguns pontos didácticos – pedagógicos:
o ir para a aula com o plano de aula feito e sabendo o que vai tratar;
o chegar ao local da aula antes dos alunos, e retirar se só depois do término das aulas (ou após o reforço individual a algum aluno com maiores dificuldades);
o caso esteja impossibilitado de comparecer, prevenir o coordenador ou supervisor com a necessária antecedência;
o registrar diariamente a presença dos alunos e se interessar pelos ausentes;
o cumprir o programa estabelecido, tanto de Leitura e Escrita como de Matemática;
o registrar num caderno a matéria leccionada e a avaliação de cada aula e de cada aluno, incluindo as providências para melhorar os resultados;
o usar vocabulário simples e adaptado à capacidade dos alunos; e uma voz clara, suficientemente forte e compreensível;
o assumir uma postura de amigo: ser compreensivo, paciente, educado, optimista, alegre e respeitoso (relacionamento horizontal, e não vertical);
o criar na aula um clima descontraído, amigo, optimista e de colaboração;
o mais do que ensinar, procurar provocar e criar condições para a descoberta e a aprendizagem;
o dar atenção especial à conversa sobre as necessidades humanas básicas; e também, após a aprendizagem das sílabas -chave, sobre outros temas de interesse dos alunos.
13 A frequência dos alunos
Há muitos factores que dificultam a frequência dos alunos: distância e dificuldade de condução ou de passagem; exigências do trabalho ou das ocupações; doenças; mobilidade da família; incapacidade, desinteresse e falta de paciência por parte do professor, etc.
Face a essas dificuldades, o professor deve tomar medidas de carácter educativo para estimular a frequência. Por exemplo: pontualidade, assiduidade e permanência dos professores na classe; criação de um ambiente de interesse tanto individual como grupal; se possível, atendimento médico, alimentar, etc., aos alunos mais necessitados.
No caso de deficiências visuais, providenciar consulta e óculos, se possível.
Principalmente no caso de adultos, cada vez que é necessário trocar de professor, vários alunos não voltam mais, tal o vínculo de amizade que se cria entre alfabetizando e alfabetizador.
Dar seriedade ao compromisso que o professor assume com seus alunos, principalmente de não interromper as aulas por motivos pessoais (férias, por exemplo), a menos que sejam motivos de extrema gravidade.
14 A busca de soluções
O professor precisa ter sempre grande cuidado ao focalizar a realidade vivida pelo alfabetizando, pois ela é frequentemente muito sofrida e deprimente. Quando ela é trazida para a sala de aula, não se pode mascará la; mas, por outro lado, não se deve carregar ainda mais as tintas nem tornar ainda mais deprimidos e envergonhados os alfabetizandos. Nem mesmo se deve torná los ainda mais inseguros lançando sobre eles dúvidas inúteis e praticamente sem saída.
A realidade deles precisa ser analisada, mas não apenas para lamentá la ou para desafogar as mágoas. Isso não leva a nada de positivo. A análise dessa realidade deve ser vista assim, o ponto de partida para uma aprendizagem positiva e útil para o alfabetizando. A análise dos problemas deve ser o ponto de partida para enfrentá los com objectividade e coragem, buscando soluções concretas e viáveis ou, pelo menos, buscando alguma perspectiva a médio ou longo prazo, como uma luz no fim do túnel.
Não é, portanto, um enfoque de desespero, de simples revolta nem de acomodação, mas sim de esperança e estímulo.
O alfabetizando precisa sair da aula reabastecido de energia, de coragem e de conhecimentos para enfrentar e melhor gradativamente a própria realidade; e, dessa forma, disposto a retornar sempre. Este é um ponto de grande importância para garantir a frequência dos alunos.
Seria óptimo que se realizasse, juntamente com o curso, um serviço de promoção humana, visando a elevação da pessoa e a solução dos problemas da comunidade. Pensar, por exemplo, na formação profissional, encaminhar para os cursos de formação profissional, nas cooperativas de consumo e de produção, etc. Não dar peixe ao pobre, mas conseguir com ele condições para pescar.
O professor pode, inclusive, provocar os alunos para participarem de algum grupo formal ou informal que vise à melhoria da realidade em que vivem, pois a organização da sociedade é fundamental para o desenvolvimento social e democrático da própria comunidade, da região e do país. A mesma turma de alfabetização pode se transformar num grupo que permaneça organizado e activo após o final do curso.
A alfabetização só merecerá plenamente o nome de educação de base, na medida em que conseguir provocar este verdadeiro processo de autoformação.
A turma poderia começar com alguma acção concreta visando solucionar algum problema sentido pela comunidade e que fosse de solução viável a curto prazo, quer actuando directamente ou accionando a quem de direito.
Aprendizagem da leitura e da escritura
15 Nivelamento das turmas
Antes de iniciar a primeira aula é necessário que os coordenadores, supervisores e/ou professores façam um trabalho de nivelamento dos alunos de cada classe buscando, na medida do possível, uma razoável homogeneidade de cada turma, de modo a permitir um ritmo de aprendizagem suficientemente uniforme e regular.
A sondagem do nível de cada alfabetizando pode coincidir com o acto de sua matrícula no programa. Esta pode ser feita de forma colectiva ou individualmente. Em ambos os casos, os coordenadores, supervisores e/ou professores, após cumprimentar os alfabetizandos, conversam informalmente com eles, colocando os à vontade e falando sobre o programa de alfabetização e sobre a necessidade da matrícula.
Em seguida, separam para cada alfabetizando uma folha ou ficha de inscrição onde se pedem, por exemplo, os seguintes dados:
? Nome completo da pessoa
? Endereço da residência
? Local de trabalho,
? Idade
? Até que classe estudou
? Há quantos anos não estuda
? Por que resolveu entrar neste curso de alfabetização.
Se alguém souber escrever alguma coisa, pode ir preenchendo a folha com a ajuda dos professores. Quem não souber escrever nada, os professores vão lhe perguntando individualmente os dados e anotando na folha de cada um. No caso de adultos, é importante também descobrir quem tem problemas de deficiência visual, e pensar como resolver os casos que aparecerem.
Analisando o desempenho de cada Alfabetizando no acto da matrícula e a respectiva folha, os coordenadores, supervisores e/ou professores terão condições de montar classes mais ou menos homogéneas, levando em conta o nível de conhecimento, a idade e o local de residência dos alunos.
Na primeira ou na segunda aula ainda é possível observar melhor o nível de cada aluno e, se for conveniente, fazer alguma adaptação.
A primeira aula:
16 Preparação
É essencial que o professor prepare cuidadosamente a primeira aula, estudando com atenção cada um dos itens a seguir
Não se esquecer de definir com clareza os objectivos ou resultados que se devem alcançar e de planejar bem o tempo (2 horas no mínimo), pois os alunos têm que sair dessa aula já lendo a sílaba “ta de tatu” e escrevendo a sílaba “ta”.
Entre os objectivos desta aula devem estar incluídos os seguintes:
:) Que cada aluno, já no decorrer da aula, esteja progressivamente descontraído, optimista e disposto a participar das actividades e a lutar pela própria sobrevivência e crescimento.
:) Que esteja disposto a adquirir bons hábitos de postura física e de coordenação motora.
:) Que, no final da aula, seja capaz de ler a sílaba ta de tatu e de escrever a sílaba ta em letra minúscula e em maiúscula.
:) Que, no caso de deficiência visual séria, esteja disposto a buscar, junto com o professor, alguma solução dentro do possível.
O professor precisa levar para a aula o seu material didáctico e o material para a turma
É preciso verificar também quem vai providenciar o material dos alunos:
Antes da aula, traçar uma série de pautas no quadro (se possível com giz de cor) ou nos papéis murais, num tamanho e numa disposição que sirvam para o exercício de coordenação motora. Traçar também uma série de pautas para o desenho do tatu e para a escrita da sílaba ta.
O desenho é muito importante; por isso, sobretudo no primeiro, que é o tatu, o professor não pode errar nem mostrar-se inseguro ao fazê lo.
Ele precisa treiná lo bem no quadro, antes da aula.
Pode, ainda, usar de um expediente prático: ao riscar as pautas no quadro, fazer também o desenho mas com um traço bem leve, quase imperceptível; assim na hora da aula, é só cobrir o traço leve com mais força. Outra alternativa é preparar o cartaz do desenho gerador fazendo os traços a lápis, a fim de passar por cima com caneta de feltro na hora da aula.
É aconselhável que o professor, desde a primeira ou segunda aula, coloque diante do aluno, em sua carteira ou mesa, um pequeno letreiro, feito de papel cartolina dobrado na forma de prisma, com o nome principal do aluno em letras minúscula cursiva bem visível e, se quiser, também em maiúscula de imprensa.
Isto ajuda o professor a manter um tratamento mais personalizado e ajuda o aluno a fixar o próprio nome.
17 Criação de um clima descontraído, cordial e optimista
Geralmente o alfabetizando jovem ou adulto vem para a aula com uma série de sentimentos negativos, como pessimismo, ansiedade, tensão, nervosismo, desconfiança, sentimento de inferioridade e de marginalização, etc.
É necessário superar essas barreiras logo na primeira aula. Mais do que isso, é essencial estabelecer um relacionamento horizontal entre os parceiros do processo de aprendizagem o professor e o aluno e fugir de um relacionamento vertical, de cima para baixo, autoritário impositivo, rígido.
Para isso, o professor vai cumprimentando os alunos de forma descontraída e cordial já à porta da sala, à medida que eles entram; e vai organizando uma conversação com eles procurando colocá los à vontade.
Mostra se directamente interessado por eles, conversando com cada um, perguntando, por exemplo, como se chama (o professor aproveita para registar sua presença na lista), por que veio estudar, onde mora, se trabalha, em que trabalha, etc.
Fala sobre a rapidez deste método (já sairão das primeiras aulas lendo e escrevendo alguma coisa). Pede, em seguida, que ninguém falte às aulas, que todos permaneçam sempre na sala até o fim dos trabalhos e, se alguém estiver mais adiantado na aprendizagem, que procure colaborar com os colegas.
Fala também das regras para utilizar os ambientes a disposição e de cuidar a limpeza da sala de aula.
Em seguida, o professor pede que façam um exercício de aquecimento e de alongamento das mãos, esfregando uma na outra e esticando e flexionando os dedos. Este exercício deve também ajudá los a relaxar; o professor pode inventar vários tipos de exercício (como amassar ou torcer papel com a ponta dos dedos). O exercício pode inclusive ser acompanhado por algum canto conhecido pelos alunos.
Mostra também aos alunos qual a melhor postura física para não se cansarem: as costas não muito recurvadas, o peito não se apoiando na carteira, os cotovelos um pouco para fora da carteira, o papel levemente inclinado para a esquerda.
Se alguém for canhoto, o papel deve ficar levemente inclinado para a direita; e não forçá lo a escrever com a mão direita. Também com os demais alunos, ter sempre o cuidado de não constrangê los e de não lhes limitar a liberdade.
Durante os exercícios da primeira aula, é importante observar se alguém tem alguma deficiência visual mais séria: conversar com ele, talvez no final da aula, e tentar buscar uma solução.
Como conduzir uma aula
18 Diálogo sobre o tema do cartaz
O professor expõe o cartaz impresso com a figura da palavra-chave e pede sempre aos alunos de observar com atenção a gravura.
Ele pode começar fazendo perguntas sobre o que está representado no desenho.
Se há personagem, ele pode pedir que os alunos lhe dêem um nome, que estabeleçam o que estão a fazer, o que estão a dizer, imaginar a vida dele, até um diálogo, ou um teatro.
Depois o professor conversa com os alunos sobre o tema do cartaz, inclusive lembrando factos e questões actuais e locais.
O professor deve procurar que todos participem, num clima sempre de muita democracia e descontracção, e que ninguém monopolize a palavra ou tente impor suas ideias e opiniões, nem ele nem qualquer aluno.
19 Desenho gerador
O cartaz com a gravura da palavra-chave, utilizado no diálogo, deve continuar exposto em lugar bem visível, se possível perto do quadro em que o professor vai desenhar.
Neste momento, o professor expõe também o cartaz do desenho gerador com a sílaba -chave.
O professor agora vai reproduzindo o desenho gerador, traço, por traço, segundo a ordem dos riscos indicada mesmo no desenho.
Os alunos vão copiando no caderno, traço por traço junto com o professor. Este vai verificando se os alunos estão conseguindo acompanhar.
No fim o professor reforça, possivelmente com giz de cor, a parte do desenho de onde irá surgir a letra apresentada.
Os alunos também têm de fazer o mesmo no caderno, ou com lápis de cor, ou marcando com o mesmo lápis.
20 Leitura da palavra-chave em voz alta.
O professor aponta a palavra no cartaz das escritas e pergunta:
«O que foi que desenhamos?»
Neste momento ele pronuncia, bem alto e bem claro, a palavra inteira do cartaz.
Ele convida os alunos a repeti-la todos juntos:
«O que está escrito aqui?»
Perguntar mais duas ou três vezes, apontando cada pedaço da palavra, e pedir que os alunos respondam cada vez, caprichando na pronuncia para perceberem claramente que são os pedaços (quando for o momento, se falará das sílabas).
O professor conclui:
«Então a nossa palavra tem quantos pedaços? Isto,”X” pedaços»
E o professor repete a palavra, destacando as sílabas, até batendo as palmas.
21 Escrita da sílaba-chave
O professor anuncia:
«Acabamos de ler a nossa palavra. Pois agora nós vamos escrevê-la. Vamos escrever o primeiro pedaço das palavras (ex.: Vamos escrever o ta de tatu.) Vocês já foram capazes de desenhar; então vai ser fácil escrever. É só fazer junto comigo, traço por traço. Vamos lá?»
> O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com caneta de feltro no cartaz), a parte do desenho gerador que foi escolhida para traçar a nossa letra. Ele vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba do dia, em letra minúscula cursiva; bem devagar, traço por traço, em tamanho bem visível.
> Os alunos vão copiando no caderno, traço por traço junto com o professor. Este vai verificando se os alunos estão conseguindo acompanhar. Notar que se ensina a sílaba inteira, (e não t+a por exemplo). Não se fala o nome das letras. E não se usa a palavra “sílaba”.
> Então o professor pergunta três ou quatro vezes, apontando a sílaba. «O que está escrito aqui?» Os alunos respondem, por exemplo “Ta” ou “Ta de tatu”.
> O professor escreve mais duas ou três vezes a sílaba no quadro, dando tempo para os alunos copiarem no caderno, traço por traço.
> Em seguida, sem forçar ninguém, o professor convida delicadamente os alunos para escreverem no quadro a sílaba aprendida; vários alunos por vez, começando talvez por quem esteja demonstrando mais habilidade. O professor procura ajudar um por um.
> A seguir, pede que todos preencham duas ou três linhas do caderno com a sílaba aprendida na aula em letra minúscula cursiva. O professor ajuda os alunos, um por um, orientando, incentivando e procurando motivos para elogiar, principalmente nas primeiras experiências.
> Ele vai procurando que aprendam o movimento cursivo correcto; mas só gradualmente é que os alunos irão conseguindo escrever as sílabas com um movimento contínuo.
> Se algum aluno escrever logo a palavra por inteiro apresentada, elogiá lo discretamente; mas no quadro só se escreve “a sílaba -chave”, para não confundir ou frustrar os outros alunos.
22 Escrita em letras maiúsculas.
> Explicar que há letra maiúscula e minúscula (de início, se poderia falar em letra pequena e letra grande).
> Ensinar a escrever a sílaba – chave em letra maiúscula de imprensa, traço por traço, verificando se os alunos estão conseguindo acompanhar.
> Repetir mais duas ou três vezes no quadro e pedir aos alunos que preencham uma ou duas linhas no caderno.
Para simplificar, só se ensinam as maiúsculas de imprensa (e não em cursivo), pois o principal é a rapidez e a clareza. Após o ensino do alfabeto os alunos adoptarão o tipo de maiúscula que preferirem.
23 Exercício para casa.
O professor pede que os alunos façam mais exercícios de coordenação motora em casa, até que ele precisar.
Eles terão que preencher umas oito ou dez linhas com a sílaba do dia em letra minúscula cursiva e em maiúscula de imprensa. Também observem letreiros, revistas e jornais para achar as sílabas conhecidas.
24 Aula de Matemática
O estudo da Matemática deve começar na primeira aula. Nas primeiras aulas deve dedicar à Matemática um quarto do tempo de cada aula, aproximadamente. Nas aulas seguintes, ele dedicará à Matemática cerca de metade do tempo de cada aula.
As aulas de matemática seguem os seguintes passos.
- Diálogo da experiência diária.
- Exercício prático na sala.
- Exercício escrito.
- Tarefas.
25 Orientações didáctico pedagógico
O papel do professor não é repetir automatismo e noções prontas e acabadas. Seu papel é questionar o aluno, provocá-lo e proporcionar-lhe condições para que ele mesmo, na medida do possível, vá descobrindo os conceitos, as soluções e as respostas.
O aluno irá, de certa forma, reinventando a Matemática. Com isso, ele estará desenvolvendo o seu raciocínio e a sua autonomia de pensamento, e não apenas decorando e repetindo cegamente processos mecânicos.
Para isso é essencial que ele resolva numerosos e variados problemas, trabalhando com os dados de sua realidade quotidiana. É importante, também, que ele não fique assistindo demonstrações do professor, mas manuseie directamente materiais concretos, tais como palitos, instrumentos de medida, cópias de cédulas, etc. (aprender fazendo). Uma boa sequência de aprendizagem, por exemplo, é a seguinte:
Primeiro, o orientador ou os próprios alunos apresentam um ou mais problemas de seu dia a dia que tenham a ver com o assunto focalizado; em seguida, os alunos tentam resolver mentalmente (“de cabeça”) o problema apresentado e, se for o caso, tentam explicar o raciocínio que utilizaram, pois há diversos caminhos para chegar à mesma solução; depois, procuram resolver o problema manuseando o próprio ábaco ou mesmo palitos ou tampinhas, instrumentos de medida, cédulas, etc. finalmente, ou paralelamente, eles armam e efectuam a conta.
Este trabalho poderá ser feito em grupos. Após terem entendido e assimilado bem o mecanismo de cada operação, eles podem ir abandonando progressivamente o uso dos palitos e trabalhar só com os numerais. Finalmente, se for o caso, eles poderão exercitar e adoptar o uso da calculadora de bolso. O papel do professor, como foi dito, é de provocá-los, criar condições e apoiá-los, cuidando para não interferir mais do que o necessário.
Obs.: Certos termos (correspondência biunívoca, numeral, cardinal, multiplicando, circunferência, etc.) são certamente desnecessários à vida diária dos alunos. Se eles constam do presente manual, é apenas em atenção ao professor, mas este não deve ensina-lo aos alunos.
Preparação das aulas e revisão
26 Preparação
É essencial preparar com responsabilidade aula por aula. Nessa preparação é importante:
Fazer e registar a avaliação da aula anterior, analisando até que ponto a turma e cada um dos alunos alcançaram os objectivos ou resultados predefinidos, quais as possíveis falhas e suas causas, e que medidas de recuperação e de prevenção serão adoptadas para melhorar o aproveitamento da turma e de cada aluno (a avaliação de cada aluno deve estender se a aspectos como frequência, pontualidade, responsabilidade, participação, relacionamento, etc. e deve contar com uma participação do mesmo modo, em momento oportuno);
Estabelecer os objectivos ou resultados da próxima aula;
Definir as actividades e, se for o caso, treinar como animá las com eficiência;
Preparar o respectivo material didáctico (não só o igual ao da primeira aula, mas também o específico de cada nova aula: fichas com as sílabas para formação de palavras, recortes de jornais, para matemática pedrinhas, milho);
Traçar as pautas no quadro ou no papel mural antes da aula;
Expor os cartazes contendo os desenhos geradores e as sílabas - chave (em minúscula cursiva e em maiúscula de imprensa) já estudadas. Eles devem ficar expostos até os alunos fixarem bem essas sílabas -chave. Uma forma de expô los num lugar bem visível.
27 Estabelecimento do clima descontraído, cordial e optimista
A aprendizagem precisa ser sentida como uma actividade estimulante e agradável, principalmente para os adultos, os quais fazem muitas vezes grandes sacrifícios para comparecer às aulas. Por isso é importante que, após cumprimentar os alunos, o professor converse amigavelmente com eles, sem se delongar demais, procurando criar um clima favorável à aprendizagem: descontraído, optimista, de participação e de colaboração. Não se esquecer de registar a presença diária dos alunos e de se interessar pelos ausentes.
28 Fixação das sílabas, palavras e frases ensinadas
O professor verifica os exercícios de casa (cujo volume e grau de dificuldade devem ter sido combinados com os alunos) e faz um comentário sobre os mesmos. Se algum aluno não fez o trabalho ou o fez de forma insatisfatória, o professor não deve repreendê lo, mas procurar junto com ele descobrir e ultrapassar as causas das deficiências.
A seguir, o professor ou alguns alunos vão escrevendo no quadro ou afixando em um jornal mural as palavras-chave, palavras e frases estudadas nas últimas aulas. Os alunos lêem em silêncio e explicam o significado; em seguida, lêem alto e, se for o caso, copiam no caderno. Na aula de matemática proceder de igual forma.
29 Estudo das sílabas novas
No estudo de cada uma das sílabas -chave, seguir os mesmos passos da primeira aula, ou seja:
desenho e diálogo sobre o tema do cartaz
desenho gerador;
leitura da palavra chave em voz alta;
escrita da sílaba chave em letra minúscula;
escrita da sílaba chave em letra maiúscula.
O professor deverá adequar se ao ritmo de aprendizagem da turma, inclusive intercalando alguma aula de revisão e reforço, caso seja necessário. Não avançar novas sílabas -chave ou novos conhecimentos deixando a turma com dúvidas para trás. Se algum aluno estiver com maiores dificuldades do que os outros, é preciso acertar com ele um horário de reforço e recuperação, já a partir da primeira ou da segunda aula, e não depois de uma semana ou mais.
No diálogo sobre os cartazes, é importante que o professor introduza factos ou questões próprias do local ou do momento e que sejam de interesse dos alunos; melhor ainda é provocá los para eles mesmos trazerem tais factos e assuntos para a conversa.
Cada desenho gerador deverá ser feito numa página nova do caderno, nas linhas de cima. As outras linhas serão utilizadas para a repetição das sílabas novas, para as palavras e frases novas e para outros exercícios, na sala de aula ou em casa. Nas primeiras páginas, visando uma melhor apresentação do caderno, é bom preencher uma linha sim, uma não.
Poderá ser importante dar nome aos pormenores do desenho, como ajuda de memorização como no caso da pega e da panela e da lata, etc.
30 Exercícios na sala de aula
Em toda aula deverá haver bastante exercício, sempre adequado ao estágio e ao ritmo de aprendizagem da turma: formação, pelos alunos, de novas palavras e frases, com leitura e cópia das mesmas por toda a turma; ditado; escrita de bilhetes; leitura de trechos de jornais ou revistas trazidas pelos alunos; construção do jornal mural, etc.
Além dos cartões ou fichas com as sílabas já aprendidas, o professor procurará utilizar outros materiais didácticos de apoio.
Nem sempre é possível montar salas homogéneas; se for o caso, o professor diversificará as actividades para os alunos mais adiantados, mas sem avançar sílabas novas, e despertará a compreensão e a colaboração deles para com os colegas mais atrasados. Terá, inclusive, muito cuidado para não provocar atitudes de competição ou de rivalidade.
31 Definição do exercício para casa
O volume e o tipo dos trabalhos de casa devem ser adequados ao estágio de aprendizagem dos alunos e devem ser combinados com eles.
32 Nome e assinatura dos alunos
Em princípio, os alunos só terão condições de escrever ou assinar o nome no momento em que tiverem aprendido todas as sílabas que o compõem. Entretanto, antes desse momento, pode ser interessante que o orientador atenda a ansiedade dos mesmos, ensinando cada um a escrever o próprio nome. Para garantir fidelidade, vale a pena conferir a Cédula de identidade de cada um. Mas isso deve ser feito sem prejudicar as actividades propostas em aula.
33 Ordem sugerido para as palavras-chave,
1. ta -de tatu Exploração da natureza.
2. pa -de panela Alimentação.
3. fa -de faca Ferramentas e progresso da criatura humana.
4. ba -de banana Trabalho no campo, a terra, a produção.
5. va -de vaca Criação dos animais, pecuária.
6. da -de dama Fatalismo e aventura. O vicio do jogo.
7. la -de lata Ferramentas, transformação das coisas.
8. na -de navio Locomoção, transporte, viagens, comércio
9. ma -de macaco Ecologia e o meio ambiente
10. ra -de rato O lixo, higiene.
11. ga -de gato A feitiçaria.
12. ca -de capela A religião, as nossas crenças.
13. cha - de chave Propriedade, habitação, segurança, família.
14. sa - de sapato Calçado , vestuário,
15. gua - de guarda-chuva A chuva, a protecção da saúde.
16. já – de jarra A higiene da água.
17. qua -de quadro A instrução, a escola.
18. za -de zangado Os sentimentos, os impulsos, relacionamento.
19. nha – de linha Trabalho das mulheres.
20. xa -de xarope Os medicamentos, os remédios
21. lha – de filha As relações familiares.
22. ça – de taça Desporto competição.
23. rra – de garrafinha As crianças, os seus direitos, a recreação.
24. ssa – de passarinho A liberdade, ecologia.
25. ha de harpa Musica como lazer e como expressão.
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1. Coordenação Motora
Sempre num clima de muita descontracção, o professor mostra como pegar no lápis (três dedos formando quase um triângulo no lápis, não muito perto da ponta do lápis nem muito no meio). Alguns alunos talvez demorem um pouco a aprender a posição correcta.
Pede para os alunos pegarem o caderno, lembrando que precisam cuidar bem dele. O professor, se já não o fez antes, escreve a lápis o nome de cada um na capa de seu caderno; se algum aluno souber escrever o próprio nome, ele mesmo pode escrevê lo.
Em seguida, o professor explica, sempre com uma linguagem bem simples que todos possam entender:
«Agora vamos pegar a primeira folha do caderno. Cada folha é formada de dois lados, que se chamam páginas. Vamos deixar esta primeira folha em branco: daqui a um mês ou pouco mais cada um vai escrever nela o seu nome bem bonito; mais tarde vai escrever também o seu endereço, o nome da esposa e dos filhos, ou dos pais e irmãos. Agora, virando a folha, vamos fazer nosso primeiro exercício na página à direita.»
O professor apresenta alguma motivação, para estes exercícios de coordenação motora, como por exemplo:
«Um grande jogador de futebol, antes de ser um craque, antes de fazer um golo espectacular, ele já fez muita ginástica, fez milhares de exercícios, deu milhares de chutes. Uma bordadeira, quando faz um bordado maravilhoso, começou fazendo os primeiros pontos bem simples, com muita paciência. Assim também acontecerá com vocês: cada um precisa começar fazendo estes primeiros exercícios com muita paciência e perseverança, e daqui a pouco já estará escrevendo tudo o que precisar.»
E continua: «Vamos fazer vários exercícios para aquecer a nossa mão. Eu vou fazendo no quadro, e cada um vai fazendo no próprio caderno, sem carregar demais o lápis e sem amontoar muito os exercícios. Vamos lá?»
O professor vai fazendo no quadro traço por traço, se possível com giz de cor diferente das pautas traçadas no quadro antes da aula.
O professor vai acompanhando os alunos com reforços positivos e evitando reforços negativos; ou seja, não ficar ressaltando as falhas, mas incentivar e elogiar com sinceridade e sem exagero o que está bom.
Por exemplo: «Está óptimo.» Ou então: «Como primeiro traço, está muito bom; o outro vai sair melhor, etc.” Se algum aluno precisar, o professor deve ajudá lo mais directamente.
Depois que os alunos fizeram umas duas ou três fileiras, sempre saltando uma linha entre uma e outra fileira, ele passa para o segundo exercício e assim sucessivamente; fazer só umas duas ou três fileiras.
Estas aulas devem demorar máximo duas aulas.
Exercícios de coordenação motora
Matemática sondagem dos conhecimentos e habilidades
Os alunos jovens e adultos geralmente já trazem da sua experiência diária muitas noções e habilidades no campo da Matemática, mas elas podem ser imprecisas ou mesmo incorrectas. Dai a necessidade de uma revisão geral dos conceitos e habilidades necessárias para resolver os problemas que eles encontram no seu dia a dia.
Ao desenvolver esta revisão, o professor deve estar atento ao nível e ao ritmo de aprendizagem da turma e também aos interesses dos diferentes alunos. É essencial, portanto, fazer uma sondagem inicial e repeti-la sempre antes de introduzir novos conhecimentos ou habilidades.
Para sondar os interesses dos alunos, o professor pede que apresentem problemas concretos que gostariam de saber resolver, e vai anotando-os a fim de voltar a eles no momento adequado. Para sondar os conhecimentos e habilidades, o professor escolhe alguns desses problemas que tenham a ver com o assunto a ser estudado, acrescenta outros se for o caso, pede aos alunos para resolvê-los e observa como eles se desempenham.
Esta sondagem constante é necessária para que o professor consiga dosar o conteúdo e o ritmo do curso, evitando morosidade excessiva em alguns pontos e precipitação em outros. Se algum aluno estiver muito adiantado com relação aos demais, incentivá-lo a ajudar os colegas ou, então, proporcionar-lhe exercícios mais variados e complexos dentro do assunto que se estiver estudando. Esse desnível na área da Matemática pode ocorrer porque o nivelamento realizado antes da primeira aula geralmente se restringe aos aspectos de leitura e escrita.
Passos duma aula de matemáticas.
1- Diálogo da experiência diária prática
Partir duma experiência concreta da vida quotidiana
2- Exercício prático concreto na sala de aula
Realizar com materiais concretos, pauzinhos, sementes, caixinhas etc. a explicação e aplicação do falado interiormente.
3- Exercício escrito
Passa-se ao quadro e se realiza o exercício ou operação feita com os elementos concretos, depois é feita pelos alunos no caderno.
4- Tarefa para casa:
O professor deve dar exercícios dosificados conforme as dificuldades superadas pelos alunos na aula.
Conceito de comparação e de posição.
É importante rever os conceitos de comparação e de posição. Para isso, o professor faz diversas perguntas sobre a experiência que tem na vida quotidiana sobre este conceito. Qual é a praça maior, qual é o carro menor. etc.
Passamos agora os exercícios na sala de aula podemos perguntar sobre os objectos da sala ou mesmo sobre os próprios alunos. Por exemplo:
Qual o maior? O menor? Quais têm o mesmo tamanho? Etc.
Qual o mais comprido? O mais curto? Quais têm o mesmo comprimento? Etc.
Qual o mais largo? O mais estreito? Quais têm a mesma largura? Etc.
Qual está mais perto? Mais longe? Quais estão à mesma distancia? Qual está à direita ou à esquerda de vocês? Em cima ou em baixo da mesa? Acima ou abaixo do quadro? Na frente ou atrás da mesa? Etc.
O professor pode também usar fotocópias de dinheiro, perguntando qual vale mais e qual vale menos.
Depois de estes exercícios práticos passamos a desenhar no quadro e efectuamos a operação de comparar os desenhos.
Depois de realizados os exercícios no quadro passamos a realizar os exercícios do livro do aluno de matemática e no caderno.
Estes exercícios acompanham as aulas de coordenação motora.
Ao final desta aula, o professor pede aos alunos que cada um traga uma caixa de fósforos, ou uma sacola com pedrinhas para utilizar na próxima aula.
2- Ta de tatu
Tema:
Os animais, o respeito para eles e para a natureza
A luta para a sobrevivência no mundo dos animais e dos homens
A exploração da natureza e a, nossa sobrevivência depende do cuidado da natureza.
Representação de um quadro modelo.
Apresentação do Cartaz.
No cartaz do tatu:,
O que vocês estão a olhar neste cartaz? É um animal? Que tipo de animal? Conhecem este animal? O Tatu é um animal que vive na América do Sul, e tem o tamanho de um cágado. Ele vive na terra e sua casa é um buraco no chão. Come grãos, erva, é bicho bom, mas corre muitos perigos, também por parte dos homens que o caçam, com o perigo da extinção deste animal. Por isso os estudiosos amarram uma fita na cauda do Tatu para marca-lo, descobrir onde ele anda, ter a conta do número dos exemplares duma certa área.
E como é a vida do Tatu? É moleza? Nada disso: o tatu é um bicho cavador. Mas é isso mesmo, na natureza, quem quiser sobreviver tem que lutar duro.
Viver é lutar. Seja bicho seja gente, viver é lutar. No caso da gente, não é lutar contra os outros não: mas é lutar para sobreviver, lutar para melhorar a própria vida e a vida da família e até da comunidade.
O esforço a luta do medo aos preguiçosos mas da coragem aos trabalhadores. Por isso a frase: “Se a morte é descanso, prefiro viver cansado.” Você que acha? como é a luta de você dia a dia? É igual a do tatu ou é vida mansa? É isso aí: cada um é que tem que cavar para viver. Por exemplo: é possível, alguém estudar e aprender por nós? Se quer aprender a ler e escrever, a gente mesmo é que tem de dar duro. É ou não é?» Aprendendo a ler e escrever, a luta vai ficar um pouco manos difícil, não acham?
História:
Contam que um certo tatu, andando muito esfomeado, viu uvas maduras em cachos pendurados numa alta ramada.
De bom grado os queria comer, mas não os poderia pegar e disse: “Estão verdes, não prestam, só os cães os podem comer!”
Eis que cai uma parra, quando prosseguia o seu caminho, e crendo que era algum bago, volta depressa o focinho para o comer.
É já sabido que quando somos incapazes nos mostremos indiferentes ante o que não conseguimos.
Há pessoas que quando não conseguem o que desejam, o menosprezam, e impedem para que outros o consigam.
Desenho gerador.
O professor vai explicando:
«Vamos agora desenhar um tatu. É muito fácil. Aposto que todos vão conseguir desenhar a tatu. (É intencional a repetição da palavra chave). É só fazer um pedacinho por vez. Eu vou desenhar no quadro (ou no cartaz) e vocês vão fazer no caderno. Vamos pegar uma página nova. Vamos começar com tronco do tatu.»
O professor usa o giz para desenhar no quadro; ou, se preferir, usa a caneta de feltro para recobrir os traços que ele fez a lápis no cartaz do desenho gerador. Ele começa fazendo o traço n.º 1 do desenho do tatu, enquanto vai descrevendo:
«Começando na terceira linha, vamos subindo um risco arredondado, atravessando uma linha e chegando até na linha de cima; ai vamos curvando para baixo, até chegar de novo na terceira linha. Agora vocês façam no caderno, e nós vamos ajudando a todos., até chegar de novo na terceira linha. Agora vocês façam no caderno, e nós vamos ajudando a todos.»
Quando todos terminarem este traço, o professor continua:
«Agora vamos fazer a barriga do tatu Vejam como é”. E faz o traço número dois da figura. Ao fazer os primeiros traços do desenho, é importante seguir a ordem apresentada em cada figura, pois ela facilita a execução do desenho.»“O que está faltando?”
À medida que os alunos forem respondendo, ele vai desenhando o olho, as orelhas, as pernas, as escamas e as placas.
O professor deverá ir devagar: fazer apenas um ou dois traços de cada vez, aguardar que todos copiem e somente depois continuar com mais um ou dois traços, até chegar ao fim.
Após cada traço, o professor deve acompanhar o desenho de cada aluno, sempre com reforço positivo, lembrando que não precisa ser uma obra de arte, e ajudando quando necessário. Procurar que ninguém fique atrasado. Manter sempre o clima de descontracção, integrando aprendizagem e recreação.
O último traço do desenho é a cauda do tatu. O professor anuncia:
«Só falta fazer a cauda do tatu. Eles são importantes porque são muito úteis.
O professor desenha a cauda e confere se todos os alunos o fizeram bem.
O professor continua:
«Está pronto o nosso tatu. Mas nós não vamos mata-lo para o comer, pois o tatu é uma espécie que corre riscos de extinção. Por isso, vamos apenas marca-lo amarrando uma fita na cauda para identifica-lo.
O professor e os alunos fazem um traço horizontal cortando o desenho da cauda.
Leitura da sílaba – chave em voz alta.
O professor aponta a palavra tatu escrita no cartaz impresso que ele utilizou na conversa (se não tiver o cartaz, o professor escreve neste momento a palavra tatu no quadro), e pergunta:
“O que foi que desenhamos? Um tatu. Respondendo alto e bem claro, todos juntos: o que está escrito aqui? Ta-tu.”
Perguntar mais duas ou três vezes, apontando cada pedaço da palavra ta-tu, e pedir que os alunos respondam cada vez, caprichando na pronuncia para perceberem claramente que são dois pedaços (ainda não é o momento de falar em sílabas).
E conclui:
«Então a palavra ta-tu tem quantos pedaços? Isto, dois pedaços: ta-tu.»
Escrita da sílaba – chave. O professor anuncia:
“Acabamos de ler a palavra ta-tu! Foi a primeira palavra que a gente leu! Pois agora nós vamos escrever. Vamos escrever o primeiro pedaço da palavra ta-tu: vamos escrever o ta de ta-tu. Vocês já foram capazes de desenhar o ta-tu; então vai ser fácil escrever o ta de ta-tu. É só fazer junto comigo, traço por traço. Vamos lá?”
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com caneta de feltro no cartaz), a cauda.
E vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ta” em letra minúscula cursiva; bem devagar, traço por traço, em tamanho bem visível.
Os alunos vão copiando no caderno, traço por traço junto com o professor. Este vai verificando se os alunos estão conseguindo acompanhar.
Notar que se ensina a sílaba ta, e não t + a: não se fala o nome das letras.
E não se usa a palavra sílabas.
Então o professor pergunta três ou quatro vezes, apontando a sílaba ta: ”o que está escrito aqui?” Os alunos respondem vez por vez: “Ta” ou “ta de tatu”.
O professor escreve mais duas ou três vezes a sílaba ta no quadro, dando tempo para os alunos copiarem no caderno, traço por traço. Em seguida, sem forçar ninguém, o professor convida delicadamente os alunos para escreverem no quadro o ta de tatu; vários alunos por vez, começando talvez por quem esteja demonstrando mais habilidade e desenvoltura. O professor procura ajudar um por um.
A seguir, pede que todos preencham duas ou três linhas do caderno com o ta de tatu em letra minúscula cursiva. O professor ajuda os alunos, um por um, orientando, incentivando e procurando motivos para elogiar, principalmente nesta primeira experiência. E procurando que aprendam o movimento cursivo correcto; mas só gradualmente é que os alunos irão conseguindo escrever o ta com um movimento contínuo.
Continuação da aula.
O professor vai continuando a aula seguindo as indicações dos pontos 22 Escrita em letra Maiúscula e 23 Exercícios para casa.
Cântico:
Ai Tatu, tatuzinho, levanta essa cauda me escreve o pedaço
Depois de um animado recreio, voltamos na sala para a aula de Matemática.
Matemática Noções de Conjunto
Diálogo da experiência diária prática:
Para iniciar o estudo da contagem, o professor pede aos alunos que falem das experiências de contagem de elementos na vida diária, por exemplo no mercado, no trabalho etc. Perguntar como fazem para contar o dinheiro, como fazem para contar tijolos. Pede também que contem que conjuntos musicais conhecem e quantos elementos conformam esses conjuntos. Equipas de futebol, empresas, partidos políticos, províncias, municípios etc.
Exercício prático concreto na sala de aula:
Depois o professor vai tirando de uma sacola umas pedrinhas, grãos de milho ou algo semelhante, e pede aos alunos que vão contando em silêncio. Ai pelo número 17 ou 25, por exemplo, verifica quem acertou e como cada um foi contando e marcando. Depois faz o mesmo até o número 43, por exemplo, e assim por diante.
Ensinar a noção de conjunto.
Conjunto: é um agrupamento qualquer de seres. A mobília da casa é um conjunto de móveis; igual a uma equipa de jogadores, uma turma de alunos, um conjunto musical, um conjunto residencial, etc. Cada objecto do conjunto, considerado isoladamente, é um elemento do conjunto.
Número é a ideia resultante da contagem dos elementos de um conjunto.
Em seguida, pedir que cada aluno coloque sobre a carteira diversos conjuntos (grupos) de palitos e que compare entre si esses vários conjuntos: “Este conjunto tem mais ou menos elementos do que aquele? Qual o conjunto que tem tantos elementos quanto este? etc.”
A seguir, iniciando com quantidades pequenas, pedir que os alunos contem quantos elementos há em cada conjunto; e contem também as janelas, carteiras e outros objectos da sala.
Jogo para ensinar conjuntos: O Titanic
O professor faz parar os alunos em círculo e explica que o Titanic era um barco que se afundou e os sobreviventes subiram em botes salva-vidas com determinado número de passageiros. Por isso ao dizer o Titanic se afunda só tem botes de 5, os participantes devem juntar-se em grupos de 5, se dizer botes de 8 os participantes formam grupos de 8 e assim até ficarem 2.
A partir desta experiência o professor explica a noção de conjunto os botes são os conjuntos e os passageiros são os elementos dentro do conjunto.
Exercício escrito:
A continuação o professor desenha pauzinhos ou outros objectos no quadro para pode-los contar.
Desenha conjuntos e coloca elementos neles para conta-los, explica conjunto de 5 elementos, conjunto de 4 elementos etc.
A seguir realizamos os exercícios do caderno do aluno.
Tarefa para casa: O professor dará exercícios realizados na aula para serem realizados em casa.
Obs.: todos os dias, se dará uma aula de português e uma de matemática. Por motivos práticos a continuação apresentamos por separado as aulas de Português e de Matemática. Pois nem sempre vai ser possível levar a igual ritmo as duas matérias, e será preciso dosificar os conteúdos conforme a assimilação dos alunos.
3- pa de panela
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão do precedente. Os alunos estarão convidados a escrever no quadro o “ta de tatu”, em letras minúsculas e em letras maiúsculas. Todos têm de ler as sílabas escritos no quadro.
No estudo de cada uma das sílabas - chave, seguir os mesmo passos da primeira aula, ou seja: diálogo sobre o tema do cartaz, desenho gerador, leitura da palavra chave em voz alta, escrita da sílaba chave em letra minúscula, escrita da sílaba chave em letra maiúscula
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a alimentação
Apresentação do cartaz.
No cartaz da panela:,
O que vocês estão a ver? Quais os alimentos mais comuns ai no lugar? Na alimentação, a questão é só quantidade ou é também qualidade? Vale mais gastar dinheiro com comida ou com remédio? E saber cozinhar bem, é importante? Por quê? Onde vocês compram o alimento? A mercadoria é boa, sadia e barata? Tem muita gente passando fome aqui no lugar? Muita gente sub nutrida? Como a gente pode ajudar a resolver esses problemas? Vocês já ouviram falar, por exemplo, na alimentação alternativa, que aproveita produtos bem baratos para melhorar a alimentação da família?
Vocês conhecem alguém que pode explicar isso melhor para nós?
História:
Um certo dia, panela de ferro, ao terminar o seu trabalho na cozinha. Disse à panela de barro, sua companheira: Vamos dar um passeio, fazer uma viagem de recreio.
Iria com prazer, disse a de barro; mas sou tão delicada, que se num descuido escorrego lá fico desfeita. Acho mais acertado ficar aqui, ao cantinho da cozinha. Tu sim que podes ir segura, pois tens a pele mais dura.
Não te preocupes, podes vir comigo, exageras o teu medo, se houver qualquer perigo eu serei o teu escudo.
Ao escutar estas palavras não conseguiu replicar ao carinho e dedicação do seu amigo.
As duas saíram a caminhar, uma ao lado da outra. Numa vereda muito estreita as duas se tocam e a de barro se parte e ali fica em mil pedaços.
Para sócio não procures o mais forte, que te arriscas a correr a sorte da panela de barro.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema.
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o lado direito da panela, junto com a pega. E vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “pa”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
A panela no fogo já esta, seguindo sua pega vamos aprender o “pa”.
4-fa de faca
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo é as ferramentas e progresso do homem.
Apresentação do cartaz.
No cartaz de faca:
E o que vocês estão a olhar no cartaz da faca? Já pensaram quando não havia ferramentas? Descascar abacaxi, furar buraco, cortar lenha, caçar bicho com pedra e cacetada... Depois o homem inventou a flecha, a machadinha de pedra, o aço, a faca... e todas as ferramentas e máquinas. O homem vive inventando as coisas. E os bichos, inventaram e progrediram também? Que beleza a gente ser gente! O homem vem sempre melhorando o mundo: mas melhorou para todo mundo mesmo, para todas as pessoas? O que vocês acham?
História:
Dois peregrinos que caminhavam a beira-mar viram uma mavanga que o mar lançara. Os dois correm e a apanham juntos, ninguém quer soltar a preza, e discutem sobre quem é o dono. Eu a vi primeiro, não eu tenho melhor vista. Estavam nesta discussão quando chega um juiz que intervém no assunto, pega sua faca, pega a mavanga a parte ao meio e come. Depois entrega a cada um uma casca vazia e diz por partes iguais para que a justiça seja feita.
Muitas famílias acontece que depois de muito brigar vem suas heranças engolidas pêlos advogados e juízes.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), todo o desenho da faca e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “fa”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
A faca cortou-me o dedo o sangue correndo esta, um fio quente e cumprido escrevo o pedaço “fa”.
5-ba de banana
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema proposto para o diálogo é a proveniência dos alimentos; trabalho no campo; lavoura ; hortas e lavras
Apresentação do cartaz.
No cartaz da banana:
O que estão à ver no desenho? Quem de vocês já plantou uma bananeira? Quem tem uma lavra? Aqui na cidade não é fácil conseguir um pedaço de terra para lavrar? Pode-se cultivar algo no quintal?
Na cidade se encontram facilmente os produtos agrícolas? São baratos ou caros?
E o que vocês acham do trabalho dos camponeses que dão duro de sol a sol para alimentar a gente?
Mas vejam: em Angola há terra que não acaba mais. Então, por que há tantas famílias passando necessidade? E por que ainda há tantos angolanos sub nutridos? É por que tem gente demais? Ou a terra não presta? Ou não é bem distribuída? Que acontece com as minas? Muita gente não pode voltar às suas terras? Qual é a causa? Por que não se tiram as minas? Que cuidado temos que ter com as minas?
A comercialização dos produtos, como é? Há armazéns e transportes? E os intermediários? A posse da terra, como é? O que acham? Como é que a gente podia colaborar para o desenvolvimento da produção agrícola?
História:
Um lavrador que sentia chegar ao fim a sua vida, e desejando que seus filhos trabalhassem a terra, chamou-os, e lhes disse: “De aqui a pouco tempo vou ir a sepultura, os bens que tinha os enterrei na nossa plantação de bananas”.
O pai morreu e os filhos acreditando que nas bananeiras se encontrava enterrado um tesouro, apanharam as enxadas, e iniciaram a cavar, a mexer a terra. Não acharam tesouro nenhum, mas as bananeiras deram tantos frutos que se pode dizer que foi um tesouro, segundo o que rendeu.
Á heranças que se ganham e se gastam, outras que se conquistam e perduram.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o fruto da banana, e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ba”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Fui ao rio Cabaco beber agua não achei, tinha lá uma bananeira, uma banana eu ganhei, olha minha gente este fruto é lindo, o “ba” de banana ele escreve rindo.
6- va de vaca
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a proveniência dos alimentos; pecuária
Apresentação do cartaz.
No cartaz de vaca:
O que vocês estão à olhar neste cartaz? Vocês gostam de criação? Quem tem umas galinhas no quintal, ou um porquinho ou uma vaquinha? Não dá certo? Por quê? Já tentou?
No início, para comer o homem tinha que caçar bicho no mato. Depois, aprendeu a domesticar os animais.
Qual é mais vantagem: viver caçando ou criar os animais? Por quê?
E o que vocês acham dos vaqueiros que trabalham no campo para a gente ter leite e ter carne? Agora, uma coisa: há muita gente largando o interior, não é? Quando esse povo chega à cidade, a vida melhora para eles?
Não está mais valendo a pena trabalhar no campo? Vocês moram no mato ou na cidade? O que precisava ser feito para resolver os problemas do homem do campo?
História:
Um dia, estando um lobo a caminhar pêlos campos, viu enorme quantidade de cevada. Não podendo sustentar-se com ela, deixou-a, e prosseguiu. Mais tarde, encontrou uma vaca. Imediatamente a conduziu aos campos, dizendo-lhe ter encontrado cevada e haver-lha reservado só para ela, por lhe agradar ver e ouvir o ruído dos dentes dela quando come. Mas a vaca respondeu-lhe. Meu amigo, se os lobos pudessem comer cevada, não me terias trazido aqui, só para olhar e escutar comer!
Desconfia da bondade dos perversos.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou marcador no cartaz), o focinho da vaca e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “va”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Você pensa que o focinho é enfeite, enfeite não parece ser, olhando no seu jeito bonitinho, você escreve o pedaço “va”.
Formação de palavras.
Começa nesta aula o exercício de descoberta e formação de palavras.
O professor distribui aos alunos cartões com as sílabas já aprendidas (cerca de três cartões para cada sílaba) ou, então, são os próprios alunos que escrevem as sílabas - chave nos cartões. Em seguida, o professor pede aos alunos para irem juntando os cartões e verificarem o que aparece: eles vão assim formando e descobrindo as palavras.
Em momento algum o professor deve formar ou ler as palavras isto é muito importante!
O seu papel é criar as condições para o estalo na cabeça dos alunos, e provocar esse estalo.
Este é um momento crucial da aprendizagem. É o momento em que o aluno descobre que aqueles rabiscos no papel têm um significado; ou seja, eles representam uma palavra falada, mas não só: eles, da mesma forma que a palavra falada, representam uma coisa concreta ou uma ideia.
Quando algum aluno descobrir uma palavra nova, nem ele nem o professor devem ler alto. O professor solicita ao aluno que escreva a palavra nova no quadro, e pede aos colegas que descubram seu significado, perguntando, por exemplo: “Quem já viu isso que está escrito? Quem gosta disso? É grande ou pequeno? etc.» Mas ninguém ainda deve ler alto. Só depois que os alunos descobrirem o significado de cada palavra formada, é que o professor lhes pedirá que a leiam alto e depois a copiem. À medida que cada um copia a palavra no caderno, ele a deve ir lendo em voz baixa (mas que ele mesmo possa ouvir).
Se aparecer algum ajuntamento de sílabas sem significado, o professor não lê, mas ajuda os alunos a perceberem que não é uma palavra: ”Que é isso? quem conhece isso ai? O que significa isso? Não significa nada? Então não é uma palavra, não vale.»
Se alguém escrever palavras com sílabas ainda não ensinadas, elogiá lo discretamente, mas não escrevê las no quadro; e incentivá lo a auxiliar os colegas, sem forçar.
Aparecendo palavras que requerem acento, colocá lo (sem denomina-lo gramaticalmente), ensinando que muitas palavras recebem um sinal para marcar que tal sílaba é pronunciada com mais força. Aparecendo nomes próprios, explicar que a primeira letra deve ser maiúscula
Para ajudar aos professores, apresenta se a seguir uma lista de palavras que podem ser formadas com ta, pa, fa, va e ba.
São elas: baba, babá (explicar o acento e a mudança de sentido), bata (roupa), bafafá, batata, fava, papa, papá (papai), pata, Fafá, Vavá, fada, data, patada, tapada, Tatá; e também os monossílabos tá, pá e vá. Desafiar os alunos a descobrirem novas palavras em casa.
7-da de dama
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo é o jogo, a sorte, o fatalismo, a aventura
Apresentação do cartaz.
No cartaz de dado:
O que vocês estão à olhar neste cartaz? Vocês são pessoas de sorte? Você tem azar? Tem má sorte?
Tem gente que pensa assim, “Quem nasceu para tostão não dá para milhão”.
Só ficam chorando, mas não fazem nada. Outros acham que qualquer dia a sorte chega. E ficam ai à toa. Esperam vencer na vida sem fazer força. Vale a pena gastar dinheiro com lotaria ou com coisas semelhantes? Também há muita gente parasita, que fica chupando o sangue do trabalho dos outros: não fazem nada, só sabem exigir e explorar os outros.
História:
Um dia o único cavalo de José fugiu, os vizinhos lhe disseram: Que ma sorte tem você! Ele responde: boa sorte, má sorte, quem sabe? O cavalo voltou trazendo consigo outros 10 cavalos selvagens, então os vizinhos falaram: Que boa sorte tem você! Ele respondeu: boa sorte, má sorte, quem sabe? O seu filho iniciou a domar os cavalos e partiu a perna, os vizinhos voltaram a comentar: Que má sorte tem você! Ele novamente falou: boa sorte má sorte, quem sabe? Nesses dias o exército passou recolhendo todos os jovens para ir a guerra, o filho de José não foi pois tinha a perna partida. Os vizinhos lhe disseram: que boa sorte tem você? Ele respondeu: boa sorte má sorte, quem sabe?
Somos nós que construímos nossa sorte, se sabemos tirar proveito ainda dos nossos fracassos.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o contorno duma das celas da dama e um risco vertical, que representa o movimento do dado quando cai e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “da”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Olha só essa dama quadradinha tu a vês a seguir o seu riquinho podes aprender o “da.”
8- la de lata
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo é: as ferramentas – a capacidade dos homens de transformar as coisas.
Apresentação do cartaz.
No cartaz da lata:
O que vocês estão à olhar neste cartaz? Para vocês, o que vale mais: o destino ou o trabalho?
“Deus ajuda a quem cedo madruga”. Quando o homem quis comer e viver, ele teve que caçar, domesticar, semear, colher. Arrancou da terra os minerais, produziu o ferro, o aço, as ferramentas, a roda. Utilizou a energia da água, do vapor, da electricidade. Construiu cidades, pontes, carros, navios, aviões, telefone, rádio, televisão.
O trabalho do homem vem transformando o mundo e melhorando a vida humana. É ou não é? Mas melhorou a vida de todos? Trabalho é para ganhar dinheiro e sustentar a pessoa e sua família. Mas é também para melhorar a própria pessoa, ajudar os outros e melhorar o mundo?
Cada um carregando o seu tijolo, executando sua tarefa.
Descobrir aquilo para que tem mais jeito e mais gosto: escolher uma coisa, uma profissão.
Não existe trabalho mais bonito nem mais feio, desde que bem feito, com consciência, sabendo que está sustentando a família, ajudando os outros, e também ajudando Deus a construir um mundo melhor. Não é verdade?
Vocês trabalham muito? Quantas horas por dia? Qual é a profissão de vocês?
Tem alguém que está à toa? Por quê? Não tem saúde para trabalhar?
Ou não sabe fazer nada? Então, por que não aprende? Como é que cada um pode aprender uma profissão ou melhorar na própria profissão?
Aprendendo a ler e escrever, isso vai ficar menos difícil, é ou não é?
Dá para conseguir trabalho aqui no lugar? Como? Onde? Aqui no lugar há muita gente sem trabalhar? Por quê? Todo mundo tem o dever e também o direito de trabalhar?
Aqui há indústrias, oficinas, fábricas, artesanato? Tem muita gente que não conseguiu ainda uma profissão fixa? Tem gente esforçando-se de sol a sol mesmo quando não consegue melhores condições de trabalho?
Vocês participam do sindicato? Como é que a gente pode ajudar a melhorar a situação do trabalhador?
Em Angola muitos meninos e meninas quem utilizam as latas para fazer brinquedos. Até os adultos reutilizam as latas vazias para levar a água ou guardar algo.
As vezes as latas de alimentos podem até ser utilizadas para cozinhar “ a pressão”, poupando o combustível
História:
Certo homem carregador de água tinha duas latas grandes, cada um pendurado numa ponta de um cabo, o qual ele carregava sobre seus ombros.
Um das latas tinha uma rachadura, enquanto outra lata era perfeito e sempre levava a porção completa de água até o final da longa caminhada. A lata rachado chegava só com a metade.
Por 2 anos isto se repetiu diariamente, com o carregador trazendo apenas uma lata e meia de água. Naturalmente, a lata perfeita estava orgulhoso de seu desempenho. Mas a pobre lata rachado estava envergonhado de sua própria imperfeição.
O carregador falou para ela: não te preocupes, eu te prefiro a ti porque contigo rego as minhas flores que estão ao lado do caminho que percorro todos os dias
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o arame que serve como pega da lata.
E vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “la”
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Como pode uma lata transformar-se num pedaço, você puxa para acima, você puxa para abaixo, e o “la” da latinha bem escrito vai ficar.
Formação de palavras.
Nesta aula e nas seguintes, dedicar tempo ao exercício de formação de palavras.
Palavras que já podem ser formadas: bala, data, fada, lapa (gruta), lata, paca, patada, tala (chicote e suporte para osso quebrado), vala, Ada, Dada, Lalá. E também algumas formas (o presente e o imperfeito do indicativo e o particípio) dos verbos falar (fala, falava, falada), lavar, abalar, adaptar, abafar, atar, babar, dar e badalar.
Através de exemplos e perguntas, ajudar os alunos a descobrir a letra a como parte das palavras (ex: a+ bafada)
9-na de navio
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a locomoção, o transporte, as viagens, o comércio
Apresentação do cartaz.
No cartaz de navio:
O que vocês estão à ver neste cartaz? Vocês gostam de viajar? Se gostam, vamos embora. Vamos nos soltar por ai, junto com os corajosos motoristas de camião ou de candongueiro. Vamos varando Angola todinha, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Vocês já viram o mapa de Angola? Mas o mundo não é só Angola. Vocês já viram o mapa do mundo ou o globo terrestre? Existe também a Argentina, o Brasil, o México, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, a Rússia, a China, o Japão, a Índia, a Itália. E Angola faz comércio com essas nações e com muitas outras nações da América, da Europa, da África, da Ásia e da Oceânia. Viajar, rodar, quem não gosta? E, mas nem sempre querer é poder... Mas há um modo de viajar que todo mundo pode: viajar pelo pensamento, rodar pelo mundo todo através da leitura. Lendo, a gente vai aonde quiser: é como se estivesse lá... que tal? Também a pessoas que viajam sem vontade de o fazer, o fazem por necessidade, há pessoas que viajam para refugiar-se em outros países, fogem da guerra, da fome e de outros males.
História:
Na Inglaterra se construiu um grande Navio o maior construído até então. Os seus construtores colocaram um cartaz que dizia: “Nem Deus o pode afundar”. Na viagem inaugural zarpou da Inglaterra e se dirigia para América. No trajecto bateu contra um iceberg (grande bloco de gelo que tem perto dos pólos) e o Navio se afundou. O Navio chamava-se Titanic.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), as ondas do mar e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “na”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Navio meu navio pelo mar findando esta pelas ondas vai dançando vai escrevendo o “NA”
10 – ma de macaco.
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a ecologia e o meio ambiente.
Apresentação do cartaz.
No cartaz de macaco:
O que vocês estão olhando no cartaz? Vocês já viram um macaco? Onde? Conhecem que tipo de macacos? Onde vivem? Que acontece nas lavras quando chegam os macacos? Quem invade o território de quem? Será que o homem não esta a invadir o território dos animais? Como se faz para conviver? Será que o homem não precisa dos animais? Será que os animais não precisam do homem? Já escutaram falar da ecologia? O homem é responsável pelo que ocorre na natureza, você já deu conta como nós muitas vezes estragamos o mundo em que vivemos, e quem é o prejudicado? Será bom meter fogo nas florestas? Tem pessoas que fazem grandes queimadas para caçar, ou pelo simples prazer de queimar, já pensaste no prejuízo ao meio ambiente? Fala-se do aquecimento global, o nosso planeta está a ser afectado pelo mau uso que faz o homem dos bens da natureza. Já pensaste que se contaminamos a água, se cortamos e queimamos as florestas, se contaminamos o ar que respiramos em poucos anos mais não poderemos viver no nosso planeta. Há pessoas que não cuidam e não sabem aproveitar o que a natureza nos oferece. Há pessoas que estragam as árvores, fazem queimadas, cortam as árvores, destruindo o meio ambiente.
Que seria de nós sem árvores? Sem os animais? Quem explora tem que ter o cuidado de não destruir, se você cortar uma árvore por necessidade deve plantar outra para conservar o equilíbrio do meio ambiente.
Se continuarmos a destruir a natureza sem preserva-la estamos destruindo a nossa possibilidade de viver.
História:
Um vendedor de chapéus estava na floresta e viu uns macacos nas árvores, eles imitavam todos os seus gestos, quando ele deixou os chapéus, eles o pegaram, e colocaram na cabeça como ele. Não sabendo como fazer para os recuperar. Se gritava os macacos gritavam, se ameaçava os macacos ameaçavam. Irritado pegou num pau e atirou aos macacos, em resposta recebeu uma chuva de paus. Sem já saber que mais fazer atirou o chapéu ao ar. Sua surpresa foi ver que os macacos atiraram também os chapéus ao ar. Assim ele conseguiu recuperar todos os seus chapéus. O homem sorriu e os macacos lhe sorriram.
Conforme agimos com a natureza ela nos responde.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou marcador no cartaz), a cabeça, as costas e a cauda do macaco e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ma”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Meu macaco caiu, e assim eu achei, e um Ma bem grande, lá no mato encontrei.
Formação de palavras.
A partir desta aula podem se formar, entre outras, as seguintes palavras novas: mula, ama, banana, bananada, dama, danada, fama, lama, mana, mamata, mapa, mata, mala, nada, nata, Ana e Naná.
E também os verbos: abanar, amar, danar, mamar, matar e nadar.
Ditado de palavras.
Começa nesta aula o ditado de palavras, visando fixação da aprendizagem, e não descoberta ou verificação.
Por isso, só utilizar as palavras que já foram formadas pêlos alunos.
Por exemplo:
« Agora vamos fazer um ditado. Eu vou dizer uma palavra que vocês já conhecem e vocês vão escrever no caderno. Está certo? Lava. La va. “
Se alguns alunos estiverem tendo dificuldade, o professor pode ajudar um pouco:
“Quem não estiver lembrando como escreve, é só reparar bem: la va. La é o la de lata. E depois é só juntar o va de vaca.
“Agora eu vou escrever a palavra lava no quadro.» (Escreve.)
«Cada um repara bem se acertou tudo. Quem acertou tudo, muito bem! Quem errou alguma coisa, é só corrigir: apaga com a borracha e escreve certo.»
O professor vai acompanhando aluno por aluno, procurando que cada um descubra e corrija algum erro ou defeito.
Como as palavras já são conhecidas, o professor menciona as referências (aula de lata, va de vaca, etc.) só se os alunos precisarem. Aos poucos ele deve ir reduzindo ou abandonando essas referências.
Exemplo de ditado: lava, lata, vala, bata, tapa, pata, mala, lama, mata, mana, banana, nata, bala, fada, fala, dama, Dada, patada, papa, panada.
11- ra de rato
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente
Tema:
O tema proposto para o diálogo é a limpeza, como cuidar do lixo.
Apresentação do cartaz.
No cartaz de rato:
Neste cartaz, o que estão vendo?
Onde se encontram os ratos? Ele comem os restos da nossa comida, ma podem comer também papel, tecidos e estragar muitas coisas.
Os ratos podem trazer doenças, que transmitem-se por meio das suas fezes e da urina.
Os ratos mais grossos podem chegar até morder as crianças enquanto estão a dormir.
Como podemos defender-nos dos ratos?
Há também ratos que são caçados para come-los, mas aonde vivem?
Podemos também contar este conto aos alunos, depois discutir sobre o seu conteúdo
História:
Existia um gato chamado Rodrigo, era o terror dos ratos. Mesmo lá dentro das tocas os ratos tremiam de medo. O Rodrigo matava e comia tantos ratos que um dia decidiram reunir-se em assembleia para dar uma solução ao mal.
“Temos que encontrar um remédio a nossos males. É preciso que alguém coloque no pescoço do gato Rodrigo uma campainha, para que ao ouvi-lo todos consigamos fugir.”
Foi geral a aprovação. Viva! É assim que se fala! Vamos acabar com nossos problemas! Mas o difícil foi encontrar alguém que quisesse ir a colocar a campainha no pescoço do gato.
Eu, não vou lá, diz um. Menos eu, diz outro. Eu, nem que me ofereçam ouro. E todos diziam eu não, eu não.
As vezes o remédio que se encontra é pior que o mal. Nas reuniões e conselhos as coisas dão certo, mas ao momento de executa-las não há quem faça nada.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o contorno do focinho do rato e a sua orelha e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ra".
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Este RA de ratinho, quero agora aprender, na cabeça do bichinho o pedaço estou a ver.
Formação de palavras.
Podem se formar as palavras: mura, rabada, rama, rata.
Os verbos: Ralar, rapar, parar
Formação de frases.
Nesta aula os alunos já podem construir alguma frase com as palavras aprendidas. Eles é que devem juntar as palavras para formar frases que, é claro, tenham significado (falar frase, e não oração).
Para isso, o professor pode distribuir cartões com as palavras já aprendidas e com o artigo A.
Podem se formar, por exemplo, as frases:
A pata nadava. A vaca dava patada na lata. Naná ama o Vavá. Dadá rapa a bananada.
Antes da leitura oral, é essencial que o professor faça perguntas que provoquem a descoberta do significado da frase.
Diante da frase Ana lava a lata, perguntar por exemplo:
“A pessoa aí é homem ou mulher? Ela é preguiçosa ou trabalhadeira? Ela está mexendo com água? O que ela está fazendo? O que vocês acham disso? Qual o nome dela?”
Só depois é que todos lêem alto e copiam cada frase.
Notar o artigo, sem denominá lo gramaticalmente.
Notar também o ponto final, dizendo para que serve.
No final desta aula e das seguintes, pedir que os alunos construam novas frases em casa com as palavras aprendidas; e utilizá las como material de leitura ou de ditado para toda a turma.
12- ga de gato
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a feitiçaria.
Apresentação do cartaz.
No cartaz de gato:
O que estão olhando no cartaz?
Dizem que o gato é feiticeiro, tem pessoas que quando vem um gato o matam, outros não conseguem dormir se tem gatos no teto da casa, Você que pensa?
Em nossa terra muita gente morre por ser acusada de feiticeiro. Alguns são envenenados, outros queimados e até são enterrados vivos. Você conhece algum caso deste género? Deus nos diz na Bíblia, não matarás. Quem mata esta a ir em contra de Deus. Jesus nos diz que devemos rezar por aquele que nos faz mal. Tu acreditas que matar alguém te faz mais justo ou soluciona os teus problemas? Mesmo na raiva, não pequeis. Não se ponha o sol sobre vosso ressentimento. Não deis lugar ao demónio. Ef 4, 26-27 Em que acreditas?
História:
Um gato vendo-se enfermo deu aviso aos ratos que sua vida já estava chegando ao fim, e que deseja aconselha-los sobre o futuro. Jurou tratar bem qualquer rato que o visita-se.
Os ratos iniciam a chegar um a um e entram na casota, mas de ali não saíam, o gato logo os comia.
Um rato esperto chega ao lugar mas não entra, e desde fora diz: eu observo uma coisa, mil pegadas aqui há mas todas entram e nenhuma sai. Bom dia senhor gato, quero eximir-me do privilegio de beijar-lhe a mão porque jurei jamais entrar em qualquer lugar vendo só por onde entrar e não por onde sair.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), a barriga e a cauda do gato e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ga”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Olhe esta cabecinha redondinha você aprende, vai seguindo os seus contornos e você escreve o “GA”.
13- As Vogais
Revisão da aula precedente.
Muitos professores e alunos ficam ansiosos para introduzir logo as cinco vogais. Mas a experiência com o método indica que elas só devem ser introduzidas na sétima aula ou depois.
Ao iniciar o estudo das vogais, os alunos devem perceber que, quando pronunciamos as vogais, o ar que vem dos pulmões sai livremente e o som pode ser prolongado à vontade: a, e, i, o, u. Mas elas podem também ser pronunciadas junto com outras letras: ta, te, ti, to, tu, pa, pe, pi po, pu, etc. (dai o nome consoante; mas não precisa mencionar este nome).
Para introduzir o estudo das vogais, é interessante que todos os alunos Cantem juntamente com o professor o canto seguinte:
O sapo não lava o pé. / Não lava porque não quer. /
Ele mora na lagoa. / Não lava o pé porque não quer.
Repetir o canto utilizando só a vogal a (A sapa na lava a pá, etc.), depois só a vogal e (E sepe ne leve e pé, etc.) e assim por diante com cada uma das vogais. De cada vez que se repete o canto, o professor mostra a vogal correspondente com letra bem grande, em minúscula cursiva e em maiúscula de imprensa.
O professor pode utilizar da mesma forma outros cantos ou adaptar outras melodias. Podem se apenas recitar os versos; mas isto tira bastante o efeito da brincadeira didáctica. Um outro canto, por exemplo:
1. O mar estava sereno, sereno estava o mar (bis).
Vamos ver a lua, lá, lé, li ló, lua (quatro vezes).
2. A mar astava sarana, sarana astava a mar (bis).
Vamos ver a lua, lá, lé, li ló, lua (quatro vezes).
Desenhos geradores e escrita das vogais.
Quadro das vogais e sílabas
Após o canto, o professor orienta os alunos para abrirem uma página nova do caderno, no lado esquerdo, e riscarem um quadro igual ao quadro das vogais, mas sem escreverem nada. Se os alunos não tiverem régua, o professor deve pensar com antecedência como irão riscar o quadro. O professor vai mostrando (ou riscando na hora no quadro) um quadro grande que todos possam ver claramente.
Em seguida, ele preenche a linha de cima, mostrando devagar como se escreve cada uma das vogais. Os alunos vão copiando no quadro do próprio caderno.
A seguir, sempre através de exemplos e perguntas o professor ajuda os alunos a descobrirem as famílias vocálicas, seguindo a ordem mostrada no quadro: “Vamos começar com o pa. Vamos escrever o pa na primeira coluna, que é a coluna do A. É só lembrar o canto A sapa na lava a pa.” Professor e alunos escrevem então a sílaba pa.
E continua: “A segunda coluna é a coluna do E. Com a era pa; com e, como é que fica? Isso: pe, como no Canto: E sepe ne leve e pe. Vamos então escrever o pe aí na segunda coluna, do lado do
Todos escrevem o “de”.
E assim por diante, O professor vai ajudando os alunos a descobrirem e a completarem as cinco ou seis primeiras famílias vocálicas, seguindo a
Na escrita das sílabas be, bi, bu, ve, vi, vu pode aparecer a figura de uma letra r. Para evitar isso, as vogais podem começar na linha, desligando se das consoantes.
Preencher:
a
e
i
o
u
ta
pa
fa
ba
va
da
la
na
ma
ra
ga
Formação de palavras.
Em seguida, o professor provoca a formação de novas palavras com as sílabas escritas há pouco no quadro:
Pipoca, bebida, fofoca, vivo, tatu, teto, dado, dedo, pito, pedido, etc.
O professor não deve formar ele mesmo as palavras, mas sim provocar a descoberta.
E se os alunos formarem palavras como bebida, dedo, papo, pedido, etc., ou seja, se eles escreveram essas e outras palavras exactamente como eles falam? Essa é a linguagem ou “dialecto” do grupo a que eles pertencem, e com a qual eles se comunicam validamente entre si.
Eles, portanto, não estão errados ao escrever assim, e podem até continuar a escrever dessa forma, nesta primeira etapa da alfabetização, desde que os outros entendam o que eles escreveram; para testar, perguntar aos outros se entenderam o que foi escrito.
Mas explicar que em outros lugares e ambientes as pessoas falam diferente. Por isso os livros e jornais estão escritos de uma forma (é a chamada língua padrão) que é para todo mundo poder entender em Angola todo e até em outros países.
O professor precisa, pois, ter todo cuidado, nesta fase de alfabetização, para não querer que os alunos já escrevam de acordo com a língua padrão, diferente da linguagem que eles falam, pois isto acabaria frustrando, apavorando e desanimando os alunos.
14. Os Ditongos
O professor ensinará os ditongos.
Assim como temos os pedaços ta, pa, la, e os outros, assim também encontramos pedaços de palavras com duas vogais unidas, a essas vogais unidas chamamos de ditongos, os ditongos são:
ai, ao, eu, ei, ia, oi, ou, ui,
E as palavras que tem ditongos são Eu, mãe, pai. Rui, leite, etc.
Nos ditados após o ensino das vogais, pronunciar as palavras como se escrevem (menino, tomate, etc.), mas mostrar logo qual é a pronúncia mais comum no local ou na região. Nessa primeira etapa de alfabetização, o professor não poderá ser muito exigente com a correcção ortográfica das palavras mais difíceis.
Divisão silábica
As palavras são formadas por pedaços menores que chamamos de sílabas, ao dividir uma palavra em pedaços estamos dividindo a palavra em sílabas. Por exemplo a palavra panela, temos as sílabas pa – ne – la, ou seja temos três pedaços ou três sílabas.
Exercício de divisão silábica
Os alunos exercitarão a divisão silábica com as palavras já aprendidas. É o exercício inverso a formação de palavras, o aluno para formar palavras uniu pedaços, agora da palavra formada tira os pedaços.
pata
Formação de frases
O professor deve provocar a formação de pequenas frases. Colocando no quadro as palavras já aprendidas estimula os alunos a formar frases e ajuda os alunos a escreve-las. Se alguém formulou uma frase e não consegue escreve-la o professor ajuda o aluno indicando os pedaços que deve utilizar para formar sua frase.
15- ca de capela
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo a religião.
Apresentação do cartaz.
No cartaz da capela:
O que vocês estão olhando no cartaz? Vocês participam de alguma Igreja? Qual?
A pessoa que tem religião age diferente dos que não acreditam em nada? O que você pensa da necessidade do homem de procurar a Deus? Onde procura as respostas as questões fundamentais da sua vida? De onde venho? Quem sou? Depois da morte que? Por que o mal? Que pensa do comportamento moral do povo? Que pensa da guerra? Da corrupção? Que pensa desta frase: Ninguém pode amar a Deus a quem não vê se não ama a seu irmão a quem vê.
História:
O Padre estava desanimado com o comportamento dos membros duma capela, já não rezavam, não participavam, todos os dias que eram visitados estavam bêbados. O Padre decidiu realizar o óbito da capela. Todo o mundo ficou muito interessado, no dia fixado apareceram; até vieram das aldeias vizinhas. Na capela estava um caixão de morto fechado. O padre recebeu a todos e depois da homilia convidou a todos a passar e olhar dentro do caixão. Era grande a curiosidade de saber que estava dentro. Um por um foram passando, ao olhar dentro inclinavam a cabeça e depois começavam a chorar em silêncio. Dentro do caixão o Padre tinha colocado um espelho de modo que ao olhar dentro todos viam a sua própria cara. Quando a fé morre nos membros da comunidade, a comunidade morre.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o contorno da janelinha redonda e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ca”
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
A capela é pequena e aqui eu vim rezar, escrevendo CA de capela toda a família eu vou lembrar.
16 cha de chave
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a propriedade, a segurança, a intimidade, a família.
Apresentação do cartaz.
No cartaz da chave,
O que vocês estão olhando? Vocês estão satisfeitos com o que têm? Só vale quem tem, ou o dinheiro não traz felicidade? O fato é que uns têm tudo e outros não têm nem casa nem nada. Por que será que alguns não têm nada? É que são preguiçosos, não têm saúde, não sabem nada, não encontram trabalho? É, todo mundo precisa mesmo ter alguma coisa, e a gente tem que respeitar a propriedade alheia, pois todo mundo tem direito de possuir e usar as suas coisas. Mas tem direito de abusar? Tudo o que Deus fez é para todo mundo?
E vocês, a casa é próprio ou pagam aluguer? “Quem casa quer casa”. O que você pensa disso? Têm um salário razoável? Em que gastam o salário? Fazem orçamento familiar? Conseguem economizar alguma quantia todo mês? Guardam na poupança? Aqui no lugar há banco? Qual a renda média por família? Alguém de vocês está procurando um emprego melhor, e está se aperfeiçoando para isto? Alguém está pensando em adquirir uma casa própria? Como? O que vocês pretendem fazer para melhorar a própria vida? E para ajudar aqueles que mais precisam melhorar?
História:
Um famoso pintor fez um quadro onde representou a Jesus batendo numa porta. Com isso quis representar ao Senhor que bate na porta de cada coração para entrar. Mas quando expus o quadro foi criticado. Pois ao entender de todos o quadro tinha um defeito, a porta não tinha fechadura onde meter a chave para abrir. O pintor explicou, esta não é uma porta como as outras, esta é a porta do coração humano. Ela só se abre desde dentro, a única chave que abre esta no nosso interior. Uma vez fechada a porta do coração, o único que pode abrir somos nós mesmos, mais ninguém. Até Deus espera com amor que nós o deixemos entrar.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), a linha curva esquerda da chave, a parte erguida, alinha curva do contorno direito e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “cha”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Meto o “C” na frente meto o H no meio meto A na ponta é o pedaço Cha, Cha, Cha, Cha do meu chapéu na cabeça eu vou levar e o cha da minha chave prefiro no seu lugar escrevo Cha devagarinho e bem certinho para não errar.
17- sa de sapato
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente .
Tema:
O tema proposto para o diálogo é os calçados, o vestuário, como abrigo e como moda
Apresentação do cartaz.
No cartaz de sapato:
O que vocês estão olhando no cartaz? Vocês acham que “o hábito não faz o monge”? Mas tem gente que pensa que fica valendo mais, só porque usa roupa bonita. Afinal de contas, mulher não tem que se arrumar, ficar bonita para o marido, os filhos, os conhecidos? O homem também? Basta vestir simples, decente, asseado e conforme ao clima?
E quem sabe fabricar sandálias em casa? Aqui no lugar, como é que o povo se veste? O lugar aqui é alto ou é baixo? É muito húmido ou é seco? Faz muito frio? Há muita gente passando frio, sem agasalho? Gente que vive suja e esfarrapada? Por quê? Como é que a gente pode ajudar a melhorar isso?
O homem se protege com a roupa, e assim consegue viver em qualquer parte da terra; seja dia. seja noite, faça frio, vento ou calor. Bicho não tem roupa para mudar.
Então, por que mesmo essa mania de usar roupa? A roupa é só protecção contra as variações do clima, para não pegar resfriado ou pneumonia à toa? ou é só vaidade, para se ajeitar um pouco? Ou é por recato e decência? Ou é invenção de esperto, para vender e ganhar dinheiro? O que vocês acham da propaganda? A propaganda mais bonita de uma roupa ou de um produto qualquer prova que ele é melhor que outros produtos? O que custou mais num ténis e num refrigerante: o calçado que você coloca no pé e o líquido que você bebe, ou é a propaganda na televisão, no rádio e nas revistas e jornais?
História:
Uma vez um homem se queixava da sua pobreza e se lamentava de não ter o suficiente. Invejava os sapatos do seu vizinho, sempre a brilhar, sempre impecáveis, e ele de chinelo. Um dia de chuva se dirigiu para a cidade, e chegando a uma rua cheia de água parou, também estava seu vizinho que teve de tirar os sapatos tão bonitos e para surpresa dele viu que lhe faltava um pé. Teve que ajudar-lhe a cruzar, e depois ficou pensativo. Há coisas que não valoramos mas quando as perdemos não conseguimos recuperá-las.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema. O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o contorno do sapato, partindo da ponta dele e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “sa”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Nesta loja, nesta loja há sapatos, muitos caros e difíceis de comprar, mas agora neste instante cá na escola do sapato um som “sa” se aprendera.
18-gua de guarda-chuva
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a chuva nos bairros, problemas de trânsito e de higiene.
Apresentação do cartaz.
No cartaz do guarda - chuva,
O que estão a ver no cartaz? Uma sombrinha. Ma para que está sendo utilizada? Não está sendo utilizada para defender-se do sol, mas para abrigar-se nos dias de chuva. Por isso chama-se, mais propriamente, de guarda-chuva.
Qual é o tempo que chove mais aqui em na nossa região? Quando chove faz frio? Para onde vai a água da chuva? E quando chove demais? O seu bairro tem esgotos nas ruas? Como tornam-se as ruas deste bairro depois dos grandes aguaceiros? Como se anda nos becos? Como faz para passar por onde está uma lagoa? Como poderiam melhorar as condições das ruas? E as casas sofrem quando chove? Quais são os problemas dos telhados? Pode-se desfrutar da água da chuva? Como recolhe-se esta água?
História:
Um dia que amanheceu com ameaça de chuva, todo o mundo procurou seus guarda-chuvas e saíram de casa. Depois acabou por sair o sol, e muitos sentiram o incómodo de levar o guarda-chuva. Finalmente alguns decidiram deixar o guarda-chuva na casa de algum conhecido para não ter que o carregar inutilmente. Quando menos o esperavam a chuva começou a cair, e qual foi preocupação dos que deixaram o guarda-chuva. Os que tiveram paciência de levar consigo o guarda-chuva ficaram bem protegidos da água. Nunca esta de mais estar prevenidos.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), a pega do guarda-chuva e uma parte do tecido e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “gua”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
A chuva caiu lá na lavra, estava toda molhada, peguei o meu guarda-chuva, e escrevi o som “gua”. Guaia, guaia, assim eu falei o som “gua”.
19- ja de jarra
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente
Tema:
O tema propostos para o diálogo é a higiene da água que bebemos, os contentores para a água, enfeitar a casa.
Apresentação do cartaz.
No cartaz da jarra
O que vocês estão olhando? Come é a água que está na jarra? È bem limpa? Como se obtém a água purificada? Podemos filtrar a água ou ferve-la? Como é a água de vocês? Aonde a procuram? Quanto custa um balde de água? Normalmente quem leva a água para sua casa? Aonde guardam a água? E a água para beber? Vocês filtram ou fervem a água? Lavam bem as verduras e frutas? Sabem porque é preciso lavá-las? Muitos dizem que custa muito dinheiro fazer ferver a água, mas não será que gasta-se mais para curar as doenças? Se a criança bebe água contaminada, pega fácil uma diarreia, vem a tal desidratação, e a coitadinha se vai embora... mas será que não podia salvar-se? Vocês sabem preparar o soro caseiro que pode salvar uma criança? A jarra pode ser utilizada também para pôr flores, não é? Vocês gostam de flores? Sabem apreciar a natureza? O homem é assim mesmo: por isso ele pega as plantas bonitas do campo e faz um jardim. Pega o barro e faz um boneco ou um jarro elegante. Pega a pedra e faz uma estátua Pega as cores da natureza e faz uma linda pintura. Pega o canto dos passarinhos e se mete a cantar e faz a música. E faz também dança, teatro, cinema, poesia. Isso é arte, é cultura. Tudo o que o homem inventa e faz é cultura. O homem se torna assim um criador, junto com Deus! Qual a arte que vocês mais apreciam? Mas qual é a principal arte, a mais importante? Que acham? Não é a arte de saber viver? Aproveitar esta vida que Deus nos deu: não esbanjar e jogar fora, que só se vive uma vez! Viver, viver com alegria, com optimismo e disposição. Procurando melhorar o mundo, a si mesmo e os outros. Saber viver é isso? Que é saber viver?
História:
Duas rãs caíram numa jarra que tinha leite só até a metade. Ficaram ali muito tempo sem conseguir subir pelas paredes da jarra, mil tentativas e nada. Uma delas desistiu e deixou-se levar pelo desânimo até que afundou e afogou. A outra persistiu convencida que de alguma forma conseguiria sair. Nadou toda a noite sem parar até que o leite se transformou em manteiga. Assim conseguiu pular e sair da jarra.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor, o lado interior direito da jarra, curvando no fim. Juntamos também um pedacinho da margem da jarra e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “JÁ”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
A quissangua vai caindo de uma jarra de cristal bem cheirosa e geladinha já sinto agora o seu sabor.
20-qua de quadro
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
A instrução, a escola
Apresentação do cartaz.
No cartaz do quadro:
E o que vocês estão olhando no cartaz? Vocês gostam de saber as coisas? Aprender coisas novas e adquirir experiência? Pois saber não ocupa lugar. O homem observa, pensa, experimenta. E, o que é principal, ele sabe contar o que descobriu, sabe transmitir conhecimentos e experiências aos outros: em casa, no trabalho, na rua e também na escola. O homem ensina falando e mostrando as coisas.
Mas inventou também outro modo de falar: começou a rabiscar, a desenhar, e inventou a escrita. E agora, lendo, podemos conhecer tudo o que os homens do mundo todo e de todos os tempos pensaram e conheceram. Assim nós podemos nos tornar donos da cultura de toda a humanidade.
Vocês já estão lendo alguma coisa em casa? E pretendem continuar a estudar depois? Aqui no lugar há cursos de qualificarão profissional? Há bibliotecas e livrarias? Ainda há muitos jovens e adultos que não sabem ler? Como ajudá los? Há muitas crianças que não estão estudando? Os pais mandam os filhos para a escola? Eles têm condições de fazer os deveres de casa? Os professores são bons? Há associações de pais e mestres? Vocês participam? Os jovens têm onde continuar os estudos? E vocês acham que a gente só aprende na escola? O que fazer para melhorar a educação do povo aqui no lugar?
História:
O professor escocês James Pillans inventou o quadro negro no século XVIII. Foi um grande salto para a educação. Com isso foi possível colocar 70 pessoas em uma sala. Antes, só se dava discurso para muitos, mas aula mesmo era para poucos.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), o contorno do quadro, mais a perna direita vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “qua”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Na parede branquinha e clara um quadrado eu risquei, escrevendo na palavra u “qua” de quadro eu marquei.
21-za de zangado
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente
Tema:
Os sentimentos, os impulsos, o desanimo, as frustrações da vida, relacionamento entre as pessoas.
Apresentação do cartaz.
No cartaz de zangado:
O que vocês estão olhando no cartaz? Porque está zangado o homem do cartaz? Com quem ele está zangado? Você como expressa a sua raiva? Zanga-se com frequências? Quando você se zanga? Quando era criança com o quê ou com quem zangava-se?
Agora, quando acontece que você zanga-se com uma criança? As vezes temos sido magoadas por situações que ainda nos fazem sentir a frustração. È bom ou é mau expressar os sentimentos como a raiva? Se fechamos a raiva em nos mesmos o que acontece? E o que acontece se nos deixamos pegar pela ira?
História:
Um dia o escorpião tinha que cruzar o rio e pediu boleia ao sapo. Este lhe respondeu: você tem um mau carácter, por qualquer coisa se zanga. Se no meio do rio você fica zangado vai-me picar com seu aguilhão mortal. Não, nunca faria semelhante coisa com alguém que me está a ajudar. O sapo se convenceu e deu boleias ao escorpião. No meio do rio com as ondas o escorpião ficou zangado e não se conteve, picou com seu aguilhão no sapo. Este lhe replicou: amigo, tu prometeste de não te zangar. O escorpião respondeu: não consigo dominar o meu mau carácter. E os dois se afundaram e morreram.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), a cabeça do homem e o braço direito e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “za”
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
O zangado fica triste quando olha para o espelho não te zangues o amigo e o “za” tu aprenderás, minha vida é um barquinho navegando neste mundo interior, quem lhe dera, que eu fizer o mano António regressa a manha.
22-nha de linha
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O trabalho das mulheres.
Apresentação do cartaz.
No cartaz da linha:
O que vocês estão a ver no cartaz? A costura é um trabalho escolhido pelos homens, o pelas mulheres? E os trabalhos de costura em casa? Quais são os trabalhos mais frequentes na costura doméstica? Você sabe costurar? Como aprendeu? Queria aprender? Porquê acha que existem tarefas dos homens e outras feitas só pelas mulheres? A estas últimas tem dado a mesma importância? Se a mulher trabalha mesmo fora de casa, como podem ser divididas as tarefas domésticas? Afinal a mulher tem os mesmos direitos que o homem?
O que estamos a ver sobre a mesa, ao lado da mulher? Ao lado dela há uma mesa com muitos tubos de linha de várias cores.
O homem e a mulher têm igual dignidade? O que você acha?
História:
Dois costureiros se apresentaram ao rei para lhe oferecer os seus serviços. Lhe prometeram fazer um traje único digno do rei. Eu aceito. Os dois alfaiates pediram linhas de ouro, linhas de ceda, pérolas, diamantes e muitas outras coisas muito valiosas. Depois de semanas de trabalho apresentaram o traje ao rei. Eles falaram assim: Este traje, só os inteligentes podem ver, os ignorantes não percebem. Os membros da corte para não serem catalogados por ignorantes disseram ao rei que era um belo traje. O rei acreditou e despiu as suas vestes e colocou o novo traje. Ao sair pelas ruas todo o povo louvava o traje do rei, porque todos queriam ser tidos por inteligentes e sábios. Só uma criança teve a franqueza de dizer olha o rei está nu.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz tubo de linha que se desenrola e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “nha”
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Hei você ali, vem a aprender o “NHA” vem aprender o “NHA” (2x), de o navio pega o “N”, da harpa pegas o “H”, e lá na ponta tu pões o vogal “A”, então tu podes ver escrito o som “NHA”.
23-xa de xarope
Revisão da aula precedente
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente
Tema:
Os medicamentos, os remédios
Apresentação do cartaz.
No cartaz de xarope:
O que vocês estão olhando no cartaz? Vocês tomam muito remédio? E injecção? Têm medo? No final das contas, dá na mesma, porque no fim todo mundo morre mesmo, e “o que não tem remédio remediado está”... O que vocês acham? Angolano tem mania de tomar remédio sem receita, e de todo mundo receitar remédio para todo mundo, até antibiótico... Não é verdade? Está certo isso? E dá certo tomar comprimido por nada? Há gente que resolve e não toma remédio nenhum. Que tal? E os remédios caseiros? Qual vale mais, remédio caseiro ou remédio de farmácia?
Há médicos aqui no lugar? São bons e atenciosos? Tem onde consultar grátis? O posto de saúde, onde é? Há hospital, maternidade, pronto socorro, ambulância? Há dentista, farmácia? Como é que a gente consegue remédio grátis ou mais barato? Quais as doenças mais comuns aqui na região? Existe também muita desnutrição, esta doença que mata tanta criança? Como é que a gente pode ajudar a melhorar a saúde do povo aqui do lugar? Que tal uma horta comunitária com plantas medicinais?
História:
Um dia, uma moça que não gostava da sua sogra decidiu mata-la, e foi pedir ajuda a um mais velho sábio. Ele lhe deu um Xarope e lhe falou isto é um veneno. Você todos os dias vai dar dele a sua sogra. Mas para que ninguém suspeite tem que ser amável com ela e trata-la bem, e tem que dar só algumas gotas, assim ela vai ir morrendo devagar. Ela assim o fez, todos os dias colocava o veneno na comida da sogra, e a tratava com muito carinho. Ao pouco tempo a sogra se afeiçoou a ela e ela a sogra, de tal forma que já não queria que morre-se, e correu ao mais velho para lhe dar o antídoto. Ele ao escuta-la sorriu e falou: não se preocupe minha filha o que você deu a sua sogra não era veneno, era xarope. O veneno estava no seu coração, e graças aos bons tratos você botou fora o veneno do seu coração.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), os contornos do colo da garrafa de xarope vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “xa”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Os dois tracinhos que eu sei fazer, eu vou cruza-los e um “xa” vou formar. E as palavras que eu vou escrever com “xa” começa quero aprender, e o xarope com “xa” da vida com mais coragem vamos encontrar.
24-lha de filha
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
As relações familiares, sobretudo entre pais e filho e pais e filhas.
Apresentação do cartaz.
No cartaz da filha:
O que estão a ver no cartaz? O pai como olha para a filha? No olhar dele tem uma expressão de ternura, não é? Como é a experiência de vocês em relação aos seus pais? Vocês tiveram boas relações com os seus pais? Dialogam frequentemente com eles? Com quem vocês tem mais confiança, com o pai o com a mãe? Para uma menina é fácil falar dos seus problemas com o pai? E com a mãe? Os pais tratam de igual modo os filhos e as filhas? Quem tem mais liberdade? Porquê? Quem trabalha à mais em casa? Quem cuida da criança? As vezes são os tios que cuidam dos sobrinhos? Quando acontece isso?
Qual é o dever dos filhos para com os pais? Quando os pais são velhos e já não tem forças que acontece? Esta bem abandonar os pais quando estes são doentes?
A educação se da em casa se você não educa bem seus filhos eles podem um dia desprezar você.
Conhece algum exemplo disto?
História:
Uma menina estava na praia com seu Pai. O pai pediu a filha que experimentara se a temperatura da água era boa. Ela tinha cinco anos e entusiasmou-se de poder ajudar; foi hasta a beira e molhou-se os pés.
- Meti os pés, e está fria – falou
O pai a pegou nos seus braços, foi com ela até a beira do mar e sem nenhum aviso prévio a atirou dentro da água.
Ela assustou, mas depois se divertiu muito com a brincadeira.
O pai perguntou novamente: Como está a água?
- Está muito boa, - respondeu.
- Então, daqui na frente, quando queiras saber dalguma coisa, mergulha-te nela.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), a cara da menina e as tranças e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “lha”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Filha com seus puxinhos forma o pedaço “lha”.
25-ça de taça
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O desporto, a competição
Apresentação do cartaz.
No cartaz de taça:
O que vocês estão olhando no cartaz? Vocês gostam de futebol? E de novela? E de Semba ou quizomba? A vida está difícil: é o trabalho, a condução, as dividas, a família, as doenças, o desemprego... é de enlouquecer qualquer cristão! É, mas só quem gosta de aperto é parafuso. Por isso é que cada um arranja seu negócio para afrouxar o aperto! No fim do dia ou no fim da semana, um baralho, uma boa leitura, um papo com a família, uma visita aos parentes, uma música boa, uma dança, uma festinha quente, o encontro com a dama, um passeio com as crianças, os deportes, a praia, uma pescaria, uma pelada, a torcida no futebol... mas outros gostam mesmo é de um trago no bar da esquina ou do jogo.
“Quem canta seus males espanta”. É mesmo? Ou tudo isso não é só perda de tempo, de dinheiro, de saúde, de decência? Depende, é? Depende de quê? Qual é a melhor diversão? E os filhos, o dia todo na televisão, é bom isso? Todo mundo precisa mesmo se distrair? Qual a distracção que você prefere? E sua família? Qual é a diversão preferida aqui no lugar? Há desportos, clubes populares, música, danças, parques, etc. Como criar aqui no lugar mais diversões sadias e mais alegria?
História:
Quando Leonardo de Vinci tinha quarenta e três anos de idade, Duque Ludovinco de Milão pediu-lhe para pintar a cena da última ceia de Jesus com seus discípulos.
Trabalhando devagar e dando meticuloso cuidado aos detalhes, ele passou três anos na tarefa. Ele agrupou os discípulos em três, dois grupos à um lado da figura central de Cristo. Os braços de Cristo estão estendidos. Em sua mão direita, ele segura uma taça que fora pintada graciosamente com realismo maravilhoso.
Quando a obra-prima estava acabada, o artista disse para um amigo, - Observe isto e me dê a sua opinião. - É maravilhoso! exclamou o amigo. A taça é tão real que mal posso desviar meus olhos.
Imediatamente Leonardo tomou um pincel e desenhou por cima da taça cintilante. Enquanto trabalhava, ele exclamou, - Nada deve diminuir a figura de Cristo!
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), a borda esquerda da taça, com uma parte da linha curva a direita e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ça”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
Um som diverso vás aprender, é o som da palavra taça. Com um biquinho mudas a letra, assim tu escreves taça
26-rra de garrafinha
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O lazer, a recreação, as brincadeiras da criança
Apresentação do cartaz.
No cartaz da garrafinha:
O que estão a ver no cartaz? Algumas meninas brincando na rua. O que elas estão a fazer? Estão a fazer o jogo da garrafinha. Vocês conhecem este jogo? Estão duas equipas e o objectivo é encher de areia as garrafinhas, enquanto os adversários tiram uma bola, para “matar” os concorrentes. Quem brinca mais com este jogo? Os meninos ou as meninas? Aonde se joga a garrafinha? Principalmente na rua, não é? Mas não é perigoso brincar na rua?
Porquê não há lugares onde as crianças possam brincar tranquilas? A mesma coisa acontece com o desporto. Aonde estão as crianças durante o dia? Muitas estão na rua, não é? Muitas crianças estão sozinhas o dia todo. Não acham que pode ser perigoso para elas?
História:
Um jovem naufrago salvou sua vida quando chegou a uma pequena ilha perdida no oceano. Depois de muito esperar perdeu as esperanças que algue viese lhe procurar. Ao olhar nos destrosos que chegavam na praia viu umas garrafas e lembrou que muita gente no passado tinha enviado mensagens dentro de garrafas basias. Desidiu tentar sorte e em varias garrafas meteu mensagens com a localização e a data do naufragio. O tempo passou e ele esqueceu das garrafas e da esperança de voltar algum dia em casa.
Uma bela manha é soreprendido pela presença dum navio que o vinha a procurar. Ele surpreso perguntou como o encontraram e o capitão lhe mostrou uma das suas mensagens dentro da garrafa. Ele nem podia acreditar, nunca pensou que daria certo. Ele sabia que só um milagre o poderia salvar, e o milagre aconteceu.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), os gargalos das duas garrafinhas e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “rra”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
O jogo começa, enchendo a garrafinha. Quando ganha o jogo esvaziando-a sozinha.
27-ssa de passarinho
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
O desejo da liberdade, a ecologia
Apresentação do cartaz.
No cartaz de passarinho:
O que estão olhando no cartaz? Todo mundo nasce livre e quer viver livre, é ou não é? Livre para voar para lá e para cá que nem passarinho, livre para pensar como quiser, para falar e fazer o que lhe der na cabeça, sem dar satisfação a ninguém... Mas é assim mesmo?... Pois vá o sujeito agir assim que ele se machuca todo, a família vai gritar, a sociedade vai reagir... E para evitar complicação, antes de dar murro o sujeito aprende a olhar se não tem nariz na frente; antes de meter a mão no bolso, ver se não é o bolso do vizinho; assim, antes de disparatar, de atolar o pé no acelerador, etc. O sujeito vai aprendendo: o seu direito de dar murro acaba onde começa o nariz do outro. ‘Não faça aos outros aquilo que você não quer que os outros lhe façam.” Pois os outros também são iguais e têm os mesmos direitos.
E as leis existem justamente para garantir os direitos de cada um e de todos juntos. Se não houvesse lei de trânsito, quem poderia andar na rua? Assim, o sujeito vai adquirindo experiência e responsabilidade, vai aprendendo suas obrigações para com a comunidade. Às vezes erra, mas responde pelo que faz e aprende a lição. Se todos pensassem assim, não existia multa nem cadeia nem nada disso. E todos poderiam viver tranquilos e felizes, livres de fato! É ou não é?
História:
Uma águia faminta pegou um pequeno passarinho.
Um rouxinol caiu nas garras do carrasco.
- “Não me tires a vida, atende-me, exclama o rouxinol. Eu sou muito pequeno para te matar a fome; eu tenho simplesmente a voz. Escuta-me! Vou-te deleitar com meu canto, ao menos uma vez, se bom e generoso.
- Não tenho tempo de escutar-te, o único assunto que me interessa neste momento é de matar a fome. Tu cantarás muito bem, mas teu canto não me satisfaz a fome, tua arte não me enche a barriga.
- Um momento, tu vás adorar.
- Eu não posso esperar, estou com fome, e assim sou surdo a tua música.
Ventre que tem fome, não pode ter ouvidos.
Desenho gerador.
Traçar o desenho gerador seguindo os números do esquema
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou marcador no cartaz), as patas do passarinho e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ssa”.
Escrita da sílaba – chave.
Cântico:
O pássaro voando vá. (4x) Cho, cho, cho, cho passarinho bonito vem pra cá. Cho, cho, cho, cho, eu quero tuas penas contemplar.
28-ha de harpa
Revisão da aula precedente.
Antes de começar o novo tema, se faz uma revisão da aula precedente.
Tema:
A música como lazer e como expressão
Apresentação do cartaz.
No cartaz da harpa
O que estão olhando neste cartaz? Conhecem este instrumento musical? A harpa é um instrumento musical de cordas. Vocês gostam da música? Aonde a escutam? De que estilo de musica vocês gostam? Sabem tocar algum instrumento? Quais são os instrumentos musicais típicos da África? E aqui em Angola? A música tem uma linguagem universal, mas cada cultura vai contribuir com as suas características.
A música é um lazer, mas é também arte: o homem expressa-se a si mesmo e os próprios sentimentos. Já lhe aconteceu de expressar-se com uma música? Por meio da música podemos também mandar mensagens, expressar protestos. Também a nossa religiosidade expressa-se melhor com o canto e a dança, não é?
História:
Num venerado mosteiro conservava-se uma harpa mágica, da qual, segundo os antigos oráculos, brotaria uma melodia maravilhosa no dia em que fosse dedilhada por um artista capaz de tocá-la devidamente.
Atraídos pelo oráculo e com a esperança de se tornar famosos, muitos iam ao santuário, garantiam que eram grandes arpistas e pediam para que lhes deixassem tentar tocar a harpa mágica. Mas todos fracassavam, do instrumento só saíam os mais desagradáveis ruídos.
Tanto os monges que viviam no mosteiro como todo o povo do lugar já haviam perdido as esperanças de que pudesse aparecer alguém capaz de tocar aquele instrumento misterioso quando, um dia, apresentou-se ali um humilde homem.
Quando o homem começou a dedilhar o instrumento com delicadeza, como se estivesse acariciando as cordas com os dedos, tinha-se a sensação de que a harpa e o harpista haviam sido fundidos em um único ser.
Por fim, o homem acabou de tocar o instrumento, e interrogado de qual era o segredo para triunfar onde tantos tinham fracassado, o homem respondeu com grande humildade: "Todos os que me precederam na tentativa chegaram com o propósito de usar a harpa para se envaidecer. Eu, com humildade, apenas me submeti inteiramente a ela e emprestei-lhe meus dedos. Este é um instrumento maravilhoso que não pode ser tocado por aqueles que estão cheios de si mesmos, é preciso esvaziar-se diante da harpa para deixar que ela mesma toque a sua melodia".
Desenho gerador.
Fixar o cartaz com o desenho gerador e convidar os alunos a reproduzi-lo.
Pautar no quadro as cinco linhas necessárias e depois traçar o desenho gerador, explicando passo a passo o que os alunos devem reproduzir, segundo as indicações que estão no esquema.
O professor reforça no desenho, com giz de outra cor (ou com marcador no cartaz), e vai escrevendo, abaixo ou ao lado do desenho, a sílaba “ha” em letra minúscula cursiva; bem devagar, traço por traço, em tamanho bem visível.
Escrita da sílaba – chave
Cântico:
Escute minha harpa, o som mais doce e fino. (2x) Fecho os olhos escuto o rio, escutemos os passarinhos
29-As Letras L, R, M, N, S, Z
Intercaladas ou em final de sílabas.
No presente item estudam-se algumas dificuldades de nossa língua. Mas é evidente que, nessa etapa de alfabetização, o professor precisa ser tolerante com relação à correcção ortográfica, para não desanimar ou frustrar os alunos. Só através de bastante escrita é que eles poderão ir vencendo essas dificuldades. A partir do presente item, o professor já precisa mencionar o nome das letras focalizadas.
As letras “L” e “R” intercaladas
Para iniciar o estudo dessas letras intercaladas, o professor escreve no quadro a palavra prato e tapa o r para que os alunos leiam pato; depois tapo o p para que leiam rato; finalmente, descobre toda a palavra para que leiam prato. Se necessário, ele faz a contagem das letras em cada leitura, comparando as quantidades. Em seguida, trabalha da mesma forma com as palavras placa, paca e laca (tipo de resina ou verniz).
As letras “r”, “m”, “n”, “s”, “z”, no final das sílabas
Para introduzir o estudo dessas letras no final das sílabas, o professor escreve a sílaba ma no quadro, diz que quer escrever mas (carrega na pronúncia do s), e desafia os alunos a descobrirem o que está faltando na escrita do ma para virar mas. Em seguida, faz o mesmo com a palavra mar, com a palavra sim e com a palavra ram.
Em seguida, aproveita as mesmas palavras para estudar o “r”, o “s” e o “m” no final das sílabas mas dentro das palavras. Por exemplo: “Tínhamos o mar; podemos juntar mais alguma sílaba para formar outra palavra? Isso: marca, Marta, etc.”. Da mesma forma, pedir que formem novas palavras, como mascarado, simpatia, rumba, pasta, porta, tampa, etc.
De forma semelhante à usada com as palavras mas, mar e sim, provocar a descoberta de palavras com “z” e com “n” no final das sílabas: paz, vez, santa, canta, monta, etc. Mostrar também que as vogais antes do “m” e do “n” têm o som nasal. Fica a critério do professor o momento de mostrar que antes de “p” e “b” se usa a letra “m” e não a letra “n”.
Mostrar a pronúncia correcta do “r” e do “l” no final das sílabas (mar, mal, mau)
Letras representando sons diferentes.
No estudo do presente item, o professor deve ter o cuidado de não insistir em regras gramaticais, mas partir sempre de muitos exemplos. Também não insistir em correcção ortográficas fica nesta etapa de alfabetização. Só através de bastante leitura é que os alunos poderão ir vencendo essas dificuldades.
À medida que forem aparecendo no quadro das sílabas ou em leituras, o professor vai mostrando as complicações abaixo.
A letra “c” representa o som falado em “ca” de capela. Mas quando está antes de “e” e de “i”, ela representa o som de “s”; por ex.: cebola, cidade.
A letra “g” representa o som falado em “ga” de gato. Mas quando está antes de “e” e de “i”, ela representa o som de “j”: por ex.: gema, agitar.
A letra “s” representa o som falado em sa de sapato. Mas quando a letra s está entre duas vogais, ela representa o som de “z”, como em casa e mesa (se aparecer alguma palavra como denso, notar que o “s” não está entre duas vogais). Lembrar que os dois “ss” juntos, como em “ssa” de passarinho, se pronunciam sempre como “sa” de sapato.
A letra “r” representa o som falado em “ra” de rato, que é produzido no fundo da boca. Mas quando a letra “r” está entre duas vogais, ela representa o som produzido pela vibração da ponta da língua, como em arara e carinho (se aparecer alguma palavra como genro, notar que o “r” não está entre duas vogais). Lembrar que os dois “rr” juntos, como em “rra” de garrafinha, se pronunciam sempre como o “ra” de rato.
A letra “x” pode representar diferentes sons:
1. De “ch”: em xarope, caixa, peixe, xícara, enxoval, bruxa,
2. De “z”: exacto, exame, exagero, exercício, exercito, etc.
3. De “ks”: anexo, complexo, látex, fixo, boxe, etc.
4. De “s”: trouxe, auxilio, aproximar, máximo, sexto, excepto,
Ditado.
Anexo, táxi, fax, chave, machado, exame, enxame, êxito, eixo, Pacheco, xarope, Xavier, caixa, enxada, cachorro, chá, charuto, enxofre, Máximo, cacuso, Cacusso, caça, casa, massa, praça, carro, caro, morro, moro, furo, forro.
30-O Alfabeto
O aluno já aprendeu a escrever 23 letras do nosso alfabeto. O professor ensina agora as três letras que faltam. São as letras k w, y, usados em nomes estrangeiros, em símbolos e com abreviações; por ex.: kardec, Wilson, Wagner, Mayring Yo Lohama, km, kg, w (watt).
Em seguida, o aluno deve aprender a sequência alfabética, fixar o nome das 26 letras e distinguir melhor entre letra cursiva e letra de imprensa. O professor mostra que conhecer a ordem alfabética é importante para a consulta de listas telefónicas, fichas, dicionários, etc.
É interessante utilizar um cartaz como o abaixo apresentando o alfabeto completo, de imprensa e cursivo, minúsculo e maiúsculo.
Os alunos precisam copiar no caderno o alfabeto completo, na ordem correcta, pelo menos na letra cursiva minúscula e na letra maiúscula de imprensa.
Procurar não complicar ou enfeitar as maiúsculas cursivas. É até mais simples que os alunos usem sempre as maiúsculas de imprensa, mesmo junto com as minúsculas em cursivo; pouco a pouco eles mesmos pode ir adoptando suas maiúsculas cursivas.
Lembrar que no início das orações e dos nomes próprios de pessoas, de lugares, de rios, etc., se usa sempre a letra maiúscula.
Cântico:
Lá na minha escola fui para aprender, e me ensinaram o abcd e eu fui declamando todas as letras do abecedário. a, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y.
31- Acentuação
Sempre através de exemplos e de perguntas, mostrar que em todas as palavras há uma sílaba que se pronuncia com mais força. Em muitas palavras essa palavra recebe um acento.
Acento é um sinal que se coloca na vogal de uma sílaba para indicar que ela é pronunciada com mais força. Os alunos já terão visto tais acentos em aulas anteriores.
Acento agudo ou aberto? Indica que a sílaba tem som forte e aberto. Por exemplo: maracujá, café, avó.
´ Agudo, ~ Til , ^ Circunflexo
Til: é uma cobrinha que só aparece em cima do a e do o com o som nasal. Por exemplo: mãe, mamão, mãos, põe, peões.
Acento circunflexo ou fechado: é um chapéuzinho que vem em cima da vogal quando ela tem o som forte e fechado. Por exemplo: pê, avô, distância.
Mostrar, através de exemplos, que toda vez que a palavra termina em a, e, o (ou as, es, os), e o som forte cai na sílaba final, então essa sílaba leva acento agudo, acento circunflexo ou til. Ex.: Zazá, pás, maçã, Zé, Zezé, você, português, pó, avós, avô.
32-Pontuação
Mostrar o emprego dos sinais de pontuação, através de exemplos e perguntas:
Ponto: no fim das orações ou em abreviações. (.)
Ponto de exclamação: indica exclamação, espanto ou admiração. (!)
Ponto de interrogação: indica interrogação ou pergunta. (?)
Reticências: indica que o pensamento continua. (...)
Dois pontos: nas citações ou enumerações de uma série de coisas. (:)
Vírgula: para indicar sequência de coisas ou separar partes de uma oração; indica também pequena pausa. (,)
Ponto e vírgula: indica uma pausa maior que a da virgula e menor que a do ponto. (;)
Aspas: quando a frase é de outro. (“ ” )
Parênteses: introduz uma explicação no meio da oração. ( )
Travessão: indica que uma pessoa está começando a falar, nos diálogos. (-)
Hífen: liga palavras compostas ou divide palavras no fim das linhas. (-)
Notar que se ensina apenas o indispensável. O uso perfeito da pontuação só será adquirido pela observação e pela prática da escrita e da leitura.
33-Género, Número e Grau
O alfabetizando adulto já possui muitos desses conceitos. Talvez nem todos, porém; ou talvez os conheça com nome impróprio. É útil, portanto, uma revisão de alguns conceitos através de cartazes, de objectos da sala e de outros exemplos, para que tenham uma noção mais exacta.
Género
Através de exemplos e perguntas, lembrar a noção de masculino e feminino.
Também através de exemplos e perguntas, mostrar que com as palavras masculinas se usa o “o”, e muitas delas terminam com a letra “o”; e que com as palavras femininas se usa o “a” e muitas delas terminam com a letra “a”.
Masculino
O homem
O cão
O prato
O Garfo
O pente
O guardanapo
O abacaxi
O relógio
O cabelo
Feminino
A mulher
A cadela
A faca
A cadeira
A mala
A banana
A Manga
A folha
O caderno
Número
Através de exemplos e perguntas, mostrar que quando uma palavra tem s no final, geralmente ela indica vários objectos e, por isso, dizemos que ela está no plural.
Se a palavra não tem s no final, geralmente ela indica um só objecto e, por isso, nós dizemos que ela está no singular.
Singular
homem
mulher
cão
cadeira
sapato
Plural
homens
mulheres
cães
cadeiras
sapatos
Grau
Através de exemplos e perguntas, lembrar a noção de normal, diminutivo e aumentativo, e mostrar que geralmente o diminutivo se faz com (inho) (inha) e (zinho) (zinha) e o aumentativo com (ão) (ona).
Normal
casa
carro
cadeira
Diminutivo
casinha
carrinho
cadeirinha
Aumentativo
casarão
carrão
cadeirão
34 - As aulas finais.
Exercícios de leitura
Os alunos farão muitos exercícios de leitura em voz alta e principalmente de leitura individual silenciosa. Após a leitura de cada texto, o professor deverá sempre questionar os alunos provocando a compreensão do significado do texto e a interpretação das ideias, para que a leitura não fique reduzida ao mero reconhecimento das sílabas e das palavras. Ele dirá a alguns alunos, por exemplo: Tente dizer com suas palavras o que você leu. Será que é isso mesmo o que queria dizer quem escreveu esse texto?
Em seguida, o professor deverá provocar a reacção ante as ideias do texto e o pensamento crítico, através de perguntas como as seguintes: “o que vocês acham de tais úteis ideias apresentadas no texto? Vocês concordam com elas? Será que a realidade é assim mesmo? Será por que ou para que o autor escreveu isso? Qual é a opinião de vocês sobre este assunto?”
Finalmente, se a riqueza e profundidade do texto o permitirem, o professor provocará um aprofundamento ou até uma possível modificação da opinião e da conduta do leitor, com integração em todo o processo educativo, através de perguntas do seguinte tipo: “Depois de repetir sobre esse texto, será que alguém de vocês está pensando em mudar de opinião? Alguém vai procurar agir de forma diferente? Ou, pelo contrário, está mais convencido ainda de que não deve mudar o seu modo de pensar e de agir?”
Depois ou além da leitura individual silenciosa, o professor deverá promover outros tipos de leitura, tais como: leitura individual em voz alta, leitura dois a dois, leitura em grupo, leitura com apresentação (narrador e personagens), leitura do grupo com apresentação, e leitura em jornal.
Como material de leitura, utilizar jornais e revistas actuais, ou mesmo algum livro mais simples; e também, folhetos, etiquetas, rótulos, listas telefónicas, letreiros, placas, mapas, etc. O Evangelho também pode ser uma leitura interessante para a turma. É imponente escolher sempre assuntos que interessam aos alunos, para faze-los adquirir o gosto da leitura, prevenindo assim futuras regressões; pois se não se utilizarem da leitura, acabarão esquecendo esta capacidade. Neste sentido será interessante introduzir também leituras de lazer, com textos divertidos, ritmados, dialogados, etc., e, inclusive, cantos.
Muitas dessas leituras servirão, para dar continuidade às conversas feitas durante o estudo das sílabas -chave. Os textos, sempre de interesse dos alunos, poderão focalizar os seguintes temas, por exemplo: família, educação dos filhos, Estatuto da Criança e do Adolescente, comunidade, movimentos populares, Instituto Nacional de defesa dos Consumidores governo, eleições, direitos e deveres do cidadão, economia doméstica, religião, etc. Havendo alguma disponibilidade de tempo, o professor poderá convidar alguma pessoa competente para conversar com os alunos sobre um ou outro tema.
O professor, principalmente em política e em religião, cuidará que nem ele nem nenhum aluno se aproveite da ocasião para monopolizar a conversa ou para impor suas opiniões aos demais. Procurar, isto sim, que todos participem e exponham seus pontos de vista democraticamente.
Exercícios de escrita
Os alunos deverão, tanto em casa como em classe, fazer muitos exercícios de escrita: redigir bilhetes, avisos, recados, convites, cartas, telegramas, pequenos relatórios; sobrescrito envelopes; anotar nomes e endereços; preencher fichas, formulários (de emprego, por exemplo), requerimentos, recibos, cheques e promissórias; responder questionários, etc. Fica a critério do professor o momento de introduzir o uso da esferográfica.
Incentivar também os alunos a fazerem redacções sobre temas de sua escolha, e aproveitá-las para leitura e reflexão de todos os colegas.
É muito interessante intensificar também a confecção de jornais murais com recortes de revistas e jornais, com frases, textos e desenhos dos alunos, etc.
Dinâmica de cantos
Uma óptima actividade que o professor deve introduzir em suas aulas é o canto. Ele serve não só para exercício de leitura, mas também para desinibir, descansar e unir a turma; e, conforme o canto escolhido, serve principalmente para fazer pensar. A escolha do canto deve sempre ser feita junto com todos os alunos.
A turma canta em um só coro ou em dois (direita e esquerda ou homens e mulheres) ou mesmo com algum solo. Depois conversa sobre a letra do canto; no final, faz e corrige um ditado pelo menos do refrão.
Se o canto não é conhecido, o professor precisa distribuir folhas com a letra para a turma ler e depois cantar. Em seguida, os alunos conversam sobre o texto e fazem o ditado pelo menos do refrão.
Podem ser utilizados cantos tradicionais que geralmente são mais fáceis e mais conhecidos, cantos do momento que se escutam nas rádios e televisões, cantos cívicos como o Hino Nacional, cantos religiosos, etc. Dar preferência aos cantos que tenham mensagens mais ricas para o debate.
Dinâmica das histórias
É óptimo na aprendizagem a utilização de histórias. As histórias possuem um forte poder criativo e lúdico, e permite ao professor dirigir a conversa com mais naturalidade e num clima descontraído.
A história nos permite tirar uma moral que na ajuda a propor valores aos nossos alunos.
As histórias tem mais força se são criadas pêlos mesmos alunos.
Dados sobre Dom Bosco
1. Quem foi Dom Bosco?
Resposta: Dom Bosco foi um padre Santo que dedicou toda a sus vida para os jovens, principalmente os mais pobres e abandonados.
2. Onde e quando nasceu Dom Bosco?
Resposta: Dom Bosco nasceu na Itália no dia 16 de Agosto de 1815.
3. Quem foram os seus pais?
Resposta: Os pais de Dom Bosco foram: Francisco Bosco Margarida Occhiena.
4. Quantos Irmãos tinha Dom Bosco, quais são os seus nomes?
Resposta: Dom Bosco tinha dois irmãos. Eles chamavam-se António e José.
5. Com quantos anos Dom Bosco ficou órfão?
Resposta: Dom Bosco ficou órfão aos dois anos.
6. Diga o dia e o mês em que morreu mamã Margarida?
Resposta: Mamã Margarida morreu no dia 25 de Novembro de 1856.
7. Aos 9 anos Dom Bosco teve um sonho muito importante. Quais foram as pessoas que apareceram naquele sono.
Resposta: As pessoas que apareceram no sonho do menino João foram: um homem vestido de branco e uma senhora bonita, vestida de panos brilhantes.
8. Quais são as palavras que disse esta Senhora?
Resposta: As palavras foram: Torna-te humilde forte e robusto.
9. Com quantos anos Dom Bosco fez a sua primeira comunhão?
Resposta: Dom Bosco fez a sua primeira comunhão com 11 anos, em 1826.
10. Quais foram os conselhos que mamã Margarida deu a Dom Bosco após a sua primeira comunhão?
Resposta:
* Fazer a confissão.
* Receber sempre Jesus na comunhão
* Ser obediente
* Evitar as más conversas.
11. Quando é que Dom Bosco entrou no seminário?
Resposta: Dom Bosco entrou no seminário no dia 30 de Outubro de 1835.
12. Quando é que Dom Bosco foi ordenado padre?
Resposta: Dom Bosco foi ordenado padre no dia 5 de Junho de 1841.
13. Com se chama o sistema educativo escolhido por Dom Bosco.
Resposta: Este sistema chama-se Sistema Preventivo.
14. Quais são os três elementos do Sistema educativo de Dom Bosco?
Resposta: Os três elementos do sistema preventivo de Dom Bosco são: razão, religião e carinho.
15. Quantos anos tinham Dom Bosco quando morreu?
Resposta: Dom Bosco tinha 73 anos quando morreu.
16. Como se chama o primeiro miúdo que Dom Bosco acolheu?
Resposta: Esse miúdo chamava-se Bartolomeu Garelli.
17. Em que dia e ano deu-se o encontro de Dom Bosco com Bartolomeu Garelli.?
Resposta: Esse encontro deu-se no dia 8 de Dezembro de 1841.
18. O que era a Sociedade de Alegria fundada e liderada por Dom Bosco?
Resposta: Era uma organização juvenil que reunia os jovens para ouvir histórias e fazer trabalhos escolares.
19. Quais foram os dois artigos do regulamento da Sociedade da Alegria?
Resposta: Evitar as más conversas e Cumprir bem os deveres da escola e da Igreja.
20. Quando nasce a congregação salesiana?
Resposta: A congregação salesiana nasce o día 26 de Janeiro de 1854, no pequeno quarto de Dom Bosco os cinco primeiros salesianos pronunciam os votos.
21. Quando Dom Bosco junto a Mazarello funda a congregação das Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas).
Resposta: Funda as Filhas de Maria Auxiliadora em 1872.
22. Diga o dia o mês e ano em que morreu Dom Bosco?
Resposta: Dom Bosco morreu aos 31 de Janeiro de 1888.
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